JORGE LAGE |
Com a globalização está em risco de se perder a boa cozinha tradicional
portuguesa. Por exemplo, quando vou para o Alentejo tenho dificuldade em
descobrir restaurantes com pratos típicos da boa comida alentejana. Ir ao
Alentejo e ver pratos massificados geram-me desconforto visual e a comida não
se acomoda bem no estômago. O bom pão alvo alentejana passa pela mesma
dificuldade, salvando-se os queijinhos curados típicos e o bom vinho regional
de caneca. Contudo, a maioria dos alentejanos foge a um copo seu do retinto,
empanzinando o bucho com cervejas, que mais parece água mijona. No Minho e na
nossa região, retirando alguns restaurantes de comida rápida, pré cozinhada e
massificada, a maioria das nossas casas de pasto servem boa comida tradicional.
A melhor comida tem os aromas e ingredientes usados pelas nossas avós, mães e
algumas das nossas mulheres. Geralmente, levo da aldeia tudo o que possa e
quando me falta vou comprar os legumes, hortaliças, frutas e ovos de galinheiro
(paguei, na quadra natalícia, pela dúzia de ovos de galinheiro 5 €) às
lavradeiras, no muito farto e barato Mercado de Braga. Não há melhor e
acreditem que não há mesmo do que o arroz (nacional) de tomate (da minha
aldeia) feito pela minha mulher. Digam-me onde há melhor couve penca que a de Mirandela?
E se lhe juntarmos batatas serranas e alheira feitas com carne de porco criado com o que aterra dá? Mas deixemos os produtos saudáveis e de sabor ímpar das hortas transmontanas e olhemos para os restaurantes com as comidas processadas dos novos chefes. A última refeição que comi em Lisboa foi num restaurante do chefe Sá Pessoa.
Foi um bacalhau minúsculo e elaborado com uma pasta de grão-de-bico com aspecto de vomitado. Claro que se eu tivesse apetite tinha vindo de lá com fome porque aquilo não era mais que um aperitivo para um estômago normal e o prato do dia ficou pelos 30 euros (por três refeções paguei 90 € e por cá nem 30 pagaria.). O preço não é o pior. O pior é que aqueles pratos gordurosos da nova cozinha são veneno para o meu corpo. Está na moda os chefes e os seus restaurantes ganharem estrelas Michelin, sendo sinónimo de qualidade e maiores preços e lucros. Para mim, pessoalmente, continuarei a ir às casas de comida tradicional. As estrelas servem, para eu evitar os de estrelas. Vai-se a esses locais, como dizia o jornalista José António Saraiva, por curiosidade, cenobismo ou promoção social. Prezo muito a saúde e o bom gosto, como tal continuarei a ir aos que têm comida simples, tradicional e bem confeccionada. Aliás, quem faz boa comida tem clientela e não precisa de inovar para comidas elaboradas e agressivas aos sistemas digestivos e gástricos mais frágeis, como o meu. Algo de similar se passa com a panificação em que muito poucos ou raros são os que resistem às farinhas e massas já elaboradas, cheias de produtos duvidosos, prontas a sair de padarias de «pão quente» que rejeito.
E se lhe juntarmos batatas serranas e alheira feitas com carne de porco criado com o que aterra dá? Mas deixemos os produtos saudáveis e de sabor ímpar das hortas transmontanas e olhemos para os restaurantes com as comidas processadas dos novos chefes. A última refeição que comi em Lisboa foi num restaurante do chefe Sá Pessoa.
Foi um bacalhau minúsculo e elaborado com uma pasta de grão-de-bico com aspecto de vomitado. Claro que se eu tivesse apetite tinha vindo de lá com fome porque aquilo não era mais que um aperitivo para um estômago normal e o prato do dia ficou pelos 30 euros (por três refeções paguei 90 € e por cá nem 30 pagaria.). O preço não é o pior. O pior é que aqueles pratos gordurosos da nova cozinha são veneno para o meu corpo. Está na moda os chefes e os seus restaurantes ganharem estrelas Michelin, sendo sinónimo de qualidade e maiores preços e lucros. Para mim, pessoalmente, continuarei a ir às casas de comida tradicional. As estrelas servem, para eu evitar os de estrelas. Vai-se a esses locais, como dizia o jornalista José António Saraiva, por curiosidade, cenobismo ou promoção social. Prezo muito a saúde e o bom gosto, como tal continuarei a ir aos que têm comida simples, tradicional e bem confeccionada. Aliás, quem faz boa comida tem clientela e não precisa de inovar para comidas elaboradas e agressivas aos sistemas digestivos e gástricos mais frágeis, como o meu. Algo de similar se passa com a panificação em que muito poucos ou raros são os que resistem às farinhas e massas já elaboradas, cheias de produtos duvidosos, prontas a sair de padarias de «pão quente» que rejeito.
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