BARROSO da FONTE - Notícias de Barroso (nº 548)
Dia 18 deste
mês, Montalegre vai viver um sonho que muitos acalentaram desde que o futebol
se pratica. Só através de uma prova como a Taça de Portugal poderia acontecer.
É por isso que esta modalidade desportiva, quando tratada com lisura e
clubismo, merece todos os elogios. O calendário desta vez favoreceu a
representação Barrosã. É um justo prémio para a Direção, para os jogadores e para
todos Barrosões. Nunca, até hoje, a nossa representação tinha chegado tão
longe. A lógica aconselha a saber aproveitar esta oportunidade para corresponderá
sorte que nos bateu à porta. Não por «cunhas», por sistemas mafiosos ou
interferências demoníacas. Resta-nos saber fruir este sortilégio que se deve,
exclusivamente aos intervenientes que souberam honrar a camisola.
A partir de
agora, seja o que Deus quiser. Por onde andam os apoios à agricultura? Da China
chega-nos a promessa da alteração do ADN, uma espécie de enxertia, que nas
árvores de fruto se louva, mas na raça humana se condena. Também diz o povo que
“de boas intenções está o inferno cheio”. O planeta Terra está mesmo a precisar
de modificações genéticas, mas sensatas, prudentes e sábias.
Portugal é um
país doente. Maduro mas esgotado. Já se viu que fez muito e bem quando
espreitou o seu destino e percebeu que havia muito a conquistar e a promover.
Nisso foi grande, foi certeiro e foi justo. Aconteceu há 890 anos, na Batalha
de S. Mamede, em Guimarães. Deixou de haver terras a conquistar e povos a desenvolver.
Travou muitas e duríssimas batalhas. Mas depois de instaladas as fronteiras e de
organizado o território, a ganância superou os limites de alguns serventuários.
Entrou-se na
tontaria do quanto pior melhor. A ignorância sobressaltou a competência.
O crime impôs-se
à virtude. A preguiça obstaculizou o trabalho. O roubo prevaleceu sobre a
honradez. Bruscamente os valores inverteram-se. Ser honesto, sério e
competente, assumiram significados contrários. O país tem mais ladrões do que
pessoas sérias, mais ignorantes do que letrados, mais falsários do que cristãos
novos.
A revolução
pariu monstros. Onde havia paz e reconciliação há hoje mísseis balísticos.
As palavras
incendeiam montanhas. E até as crianças são sorvidas pelos adultos como figos
secos.
Tempos houve em
que havia fome, frio e desemprego. Mas confiava-se na palavra. Menos progresso,
mas mais esperança e paz social. Havia meia dúzia de gorilas que funcionavam
como vampiros da felicidade alheia.
Os pobres,
apesar de tudo eram mais felizes. Constituíam as suas vidas. Os filhos eram
muitos, mas não morriam de fome. Criavam-se com harmonia, com respeito e amor
entre famílias tradicionais.
Uma aldeia era
uma festa coletiva permanente. Valia o princípio: «um por todos e todos por
um».
O comunitarismo
era uma palavra mítica em que imperava a solidariedade. Uma povoação era um
pequeno mundo: quando alguém morria, todos guardavam luto até ao fim do funeral.
O boi do povo
representava o regedor. Tratado por todos os lavradores, cobria as vacas de todos
e todos vibravam comas vitórias «nas chegas», como todos sofriam com as
derrotas.
O mesmo forno
do povo cozia o pão para todos os moradores. Os caminhos públicos, os moinhos e
até o oratório do padroeiro, passava de porta em porta, sempre cuidado e abastecido
pelas famílias em sistema rotativo.
Em quase tantos
anos como durou o Estado Novo, o interior do país despovoou-se, empobreceu e
está em apressada fase de desertificação.
A última praga
que chegou foi a doença do castanheiro. Nos últimos anos esta árvore tão antiga
e tão amiga dos proprietários, foi atingida pelo cancro e por uma espécie de bicho-da-seda
que impede o crescimento e a floração do ouriço.
Um emigrante
que foi seduzido pelo ministério da Agricultura e Florestas, em 2005, plantou 52
castanheiros num terreno que já deu batatas e centeio. Comprou as plantas a um
empresário de formação, uns enxertados, outros por enxertar. Volvidos 13 anos
veio a Portugal convencido de que já estariam todos a dar castanhas.
Puro engano.
Sensivelmente metade nem ouriços teve. Sete secaram. Os restantes revelaram o
aparecimento dessas larvas que certamente tolheram, de morte, os castanheiros.
Já têm aparência de adultos, mas frustraram quem os plantou e apostou numa
propriedade, contígua a outras que, desde há décadas dão castanhas de boa qualidade.
Nem políticos
nem técnicos existem na vasta região do Alto Tâmega que respondam e
correspondam a este tipo de apoio técnico.
Capoulas Santos
já andou por cá, numa altura de vacas gordas, prometendo mundos e fundos. O seu
nome ficou inscrito em locais públicos e não o abonam. Este menosprezo é um bom
exemplo demagógico.
Formação para
inglês ver já temos de sobra. Venham coisas práticas
O Gabinete de
Imprensa municipal expede – e bem- textos e fotos que servem de base a quem
puder andar informado. O Notícias de Barroso, apesar de conotado com a
oposição, publica regularmente esses textos informativos e deve continuara
fazê-lo, graciosamente, já que a publicidade vai toda para o «Boletim
Municipal» e para os órgãos exteriores à área de influência do quinzenário.
No dia 29/11,
por exemplo, receberam os utentes uma notícia a informar que se realizou «na
sede do Ecomuseu mais uma reunião do grupo desta keholders ou parceiros do projeto
CrinMA, onde surgiram vários pontos de vista sobre possíveis melhorias ao
programa de forma a beneficiar as áreas de montanha, nomeadamente na cooperação
transfronteiriça para a elaboração do plano de ação. Aí se lê que este programa
pretende melhorar as políticas regionais de forma a fornecer um maior apoio,
incluindo investimentos, para as áreas de montanha...».
Quantos
barrosões, daqueles que não andam todos os dias, debaixo das saias do poder,
saberão decifrar estes parceiros do projeto, mostrando obras em vez de teoria
que ninguém identifica? A Barrosâna é uma revista mensal online que é produzida
em Lisboa mas procura mostrar e descrever as terras altas de Barroso. Sai uma
vez por mês e valoriza os textos com fotos, privilegiando as Terras de Barroso.
Tem 50 páginas por cada edição. É seu fundador, editor e director Domingos Vaz Chaves,
natural de Gralhas e com propensão para a escrita.
Em 2015
publicou uma monografia da sua aldeia, a que chamou «Minha Terra, minha Gente»
e foi apresentado no Ecomuseu.
Para além de
ter colaborado em Notícias de Barroso, mantém colaboração noutros órgãos de informação.
Um Transmontano
de Barroso, comprometido com as suas raízes e com as ideias que defende.
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