Há dias felizes, outros
menos. Não sei se por culpa nossa ou se por força de destino, que nos está
determinado. Quando hoje, quinta-feira, 22 de Novembro de 18, uma manhã
chuviscosa, saía a porta da rua onde moro, um meu vizinho que já estava dentro
do seu carro saiu, chamou-me e veio ao meu encontro para me oferecer um livro
de sua autoria. Já o li, e não sendo um critico autorizado na matéria ou seja a
pessoa mais indicada para comentar esta área em que a obra se desenvolve, atrevo-me
a adiantar a opinião que deste trabalho retirei.
São mais de cem poemas
que se lêem agradavelmente. Reunidos sob o titulo POEMAS SOLTOS PELA CALÇADA, a
obra é de António Brito; um beirão nascido na aldeia de Vale da Senhora da
Póvoa, concelho de Penamacor. Começa com Chama Acesa e acaba com Roseira Brava,
poemas muito expressivos e actuantes. Do conteúdo poético transcrevo para
realçar o poema CHAMA ACESA:
“A chama continua
acesa/Com um sopro se apaga, com um sopro se incendeia./Depende da
intensidade/E da tua vontade/Os sonhos não sabem o caminho/Que querem
desbravar/Trago na boca para te dar/O carinho das palavras com que desperto/
Mas ficam em sobressalto sem saber onde poisar/Em cada manhã de nuvens
carregadas/ A rudeza dos teus olhos faz-me vacilar/ Nestas manhãs frias sem
lareira para me consolar/ A chama continua acesa/Com um gesto se apaga, com um
gesto se incendeia”.
Deste autor que já
publicou entre outros “ Histórias da aldeia do Vale” fiz há pouco referência no
meu blog Portugal, minha terra, em 11 de Outubro pp, por ocasião de uma sua
exposição fotográfica no jardim interior do Hospital da Luz, em Lisboa. Pois é
este o hobby de um arquitecto após a sua aposentação em 2010. Cedo, com 9 anos,
se fixou com a família na capital, e aqui cresceu física e culturalmente, sem
nunca perder o amor às suas origens beirãs. O cuidado com que esmeradamente
trata o seu idoso pai, é uma acção que nele muito admiro e louvo.
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