BARROSO da FONTE |
Escrevo esta crónica na noite de 8 de Outubro após ter
visionado na TVI das 21 horas a reportagem de Ana Leal com as imagens
recolhidas por Miguel Freitas. A esse reportagem onde as aldrabices do Ministro
das Obras Públicas, Pedro Marques, se espatifaram contra os destroços das
caravanas e casas ardidas em Outubro de 2017, com acampamentos forçados pela
necessidade de matar a fome a dezenas de crianças, nuas e sujas, por falta de
tudo, como se o incêndio fosse nessa noite... [ https://tvi24.iol.pt/sociedade/incendios-outubro/reporter-tvi-quando-tudo-falha/].
Ana Leal deve ter a cabeça a prémio porque esse e
outros trabalhos tele-visionados, todos –como esse – a refutar Pedro Marques e
os autarcas de Valongo, de Oliveira do
Hospital, de Tábua, além de mentirosos, são malcriados, ostensivamente
agressivos para com as vítimas dos lugares de: Benfeita, de Pinheirinho, de
Valongo. Se o leitor tiver dúvidas reveja online, essa reportagem, em que João
Carvalho, Rafael Norte, Barbara de Sá, Nuno
Teixeira e outros mártires abandonados à sua sorte, há mais de um ano, em que
das 366 casas ardidas, apenas oito foram reconstruidas. Pedro Marques tem vindo
a falar numa centena em vias de serem habitadas. Mas a jornalista, de imediato,
o refutou com a convicção da realidade. Esse político, neste como em confrontos
televisivos e radiofónicos anteriores. Meteu os pés pelas mãos. Desculpou-se
com a morosidade dos concursos públicos, quando se sabe ( e a reportagem
mostrou as listagens) que, na maioria dos casos, substituíram por ajustes
diretos. E noutros casos, até
funcionaram os favores que o Ministério Público liderado por Joana Vidal, já
estará a investigar. Espera-se que sua substituta não dê ordens em contrário.
A TVI já há vários meses difundiu, urbi et orbi, uma
outra reportagem em que identificava o caos e o açambarcamento das madeiras e
os principais empresários dessa mercadoria. Nunca mais se soube nada e, como
jornalista, limito-me a citar o ditado: quem cala acusações tão graves, de
certeza que consente. Nesta mesma estação televisiva, imediatamente a seguir a
essa reportagem, Sousa Tavares, afirmou que o Ministro da Defesa e o Chefe de
Estado Maior, Rovisco Duarte, terão que ser demitidos, se não se demitirem
rapidamente. António Costa que prometeu seguir o provérbio, «palavra dada é
palavra honrada», tem sido, quase diariamente, o desonrador dessa promessa.
O Cor. Jorge Golias, membro do MFA, citou no seu livro
«A descolonização da Guiné, e o movimento dos capitães», página
140, informa que em circunstância
idêntica, o general Mateus da Silva, chamou a essa confusão mental «a porca da
política».
António Costa,
desde que criou a geringonça, tem sido um porfiado seguidor dessa baixa
política, com que brindou, até ao 5º grau: a mudança da Infarmed, de Lisboa
para o Porto; a concessão dos nove anos e tal aos professores; os aumentos aos
funcionários públicos e a reposição dos valores, subtraídos pelo governo
anterior, para sair da bancarrota em que o seus camaradas (Sócrates, Armando
Vara, Manuel Pinho e outros).
Um governo que, em três anos, não foi capaz devolver
aos cidadãos esses valores, que desde 2009 apenas cumpriu a reposição do
subsídio de férias; que cede ao BE e ao PCP, todas as concessões que reclamam
para garantirem o PS no governo que perdeu as eleições é um governo que traz a
saúde pelas ruas da amargura, que anda a comprar à vizinha Espanha, carruagens
obsoletas. Um governo que não foi capaz, em três anos, de organizar o sistema
contra os incêndios e de estabilizar, quer os meios humanos, quer os meios
aéreos e que tão mal trata as forças Armadas, permitindo que o Chefe de Estado
maior do Exercito, que saneou o Comandante dos Comandos, por citar um dos
Fundadores dessa prestigiada Associação Militar, (Vítor Ribeiro) que esteve ao lado
do 25 de Novembro. E que não tem coragem de substituir o ministro que mente, em
nome da tal «porca da política». Um governo que acaba de autorizar o aumento
dos combustíveis para o máximo dos últimos seis anos. Um governo que nem com as
esquerdas amuadas, acaba com as greves dos professores, dos enfermeiros, da
saúde em geral, dos comboios, é um governo incompetente, incapaz de acabar com
a corrupção, agrava as desigualdades sociais, mascara com subsídios de fome, o
emprego, a esperança dos jovens que continuam a emigrar, a não constituir
famílias, a não dar sossego aos pais. Enfim António Costa é surdo, quedo e
mudo porque somente governa com a geringonça que noutros tempos berrava, de
noite e de dia e que hoje, para se manter como moleta da governação, ataca a
direita, trocando a ideologia pela conveniência própria.
Barroso da Fonte
Sem comentários:
Enviar um comentário