segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Ministro contra o povo roubado e agredido



BARROSO da FONTE
O ministro da Administração Interna protagonizou na última semana, em declarações televisivas, palavras duras, frias e impróprias para com quem fotografou três delinquentes que, desde Fevereiro realizaram 30 assaltos, roubando um milhão de euros e bens alheios, para além de espancar vítimas idosas e indefesas. A PSP capturou esses energúmenos e entregou-os à justiça. Esta aplicou-lhes as penas que achou justas. Só que, onde deveriam estar, pelo menos, seis elementos ordeiros para três desordeiros, estava apenas 1 agente. Até aqui a PSP e a Justiça cumpriram. Quem não cumpriu foram os legisladores que, para este tipo de ocasiões, cada vez mais frequentes, não decretam efetivos suficientes.
Flávio Vara Eduardo Cabrita que pelo seu curriculum mostra apenas ter vivido, da e para a política, certamente não vislumbrou, como legislador e governante, essa necessidade. Deixou-se escorregar pelo insulto aos policiais que fotografaram três cadastrados, logo após a recaptura. Quem deveria penitenciar-se pela deficiência que a PSP cometeu, ao entregar aqueles três bandidos, à guarda de um só agente, era o ministro e não os seus funcionários. Não foi só a distração do único agente, a quem foram confiados esses três malandrins que, desde maio a outubro espancaram, roubaram e violaram a propriedade alheia, partindo narizes de gente indefesa do povo anónimo.
Vê-se pelo curriculum desse governante que nasceu e logo abriu os olhos à vida e ao mundo, entrando nela e nele como se não houvesse obstáculos. Leu a cartilha dos «copinhos de leite «que entraram na geringonça da vida teórica, sem conhecerem o drama de quem foi à guerra, depois de vivenciar a fome, o frio, e a dureza do trabalho. Desde há 44 anos, temos sido governados por teóricos que ocupam cargos para os quais não estão vocacionados. A Administração Interna e a Defesa Nacional deveriam ser - sempre - confiados a quem cumpriu serviço militar. Fossem do quadro, fossem milicianos. Essa formação cívica deveria ser exigência primacial. A Tropa é a melhor universidade da vida de cada cidadão. A quem a não cumpriu falta sempre alguma coisa!

Os governantes têm guarda-costas para todos os serviços, de noite e de dia. Nem são assaltados, nem agredidos. São leigos na hierarquia, nas praxes, nas condutas, nos desfiles.
Quase todos os governantes, têm guardas destacados para a defesa permanente, deles e das famílias. Se fossem roubados e agredidos, como o povo tem vindo a ser, gostariam que as autoridades, utilizassem todos os meios para prender e mostrar os cadastrados e os métodos que usam contra quem lhes aparecer pela frente.
O povo que viu e ouviu, a voz arrogante de Eduardo Cabrita, contra os agentes que fotografaram as imagens que as televisões e os jornais mostraram, pareceu ter ficado mais irritado com as algemas e a nudez do trio, do que contente pelo sucesso da recaptura. O porta-voz da PSP – e bem – alegrou-se e felicitou, em conferência de imprensa, a pronta apreensão do trio. O ministro, ao invés, repreendeu o fotógrafo, deu uma péssima imagem aos portugueses e alertou os marginais para o direito de poderem agir judicialmente contra quem fornecem as imagens às redes sociais.
Os agentes da autoridade, PSP e GNR e PJ, têm o direito de pensar, duas vezes, sobre os direitos e os deveres perante as instituições. Porque eles -pelos vistos – só têm deveres. E algo está errado!
Alguns governantes zelam mais pelo bem dos transgressores do que pela vida dos agentes da autoridade. Por hipocrisia política, interna e externa,
Se não cumprem por falta de meios técnicos e humanos, a culpa não é dos agentes, mas de quem os acusa. Se, em vez de os estimular, quando fazem das tripas coração, ainda são reprimidos, alguma coisa está errada. Quem espezinha os agentes da autoridade, para defender os viciados do crime, não deve representar o povo. No caso em análise, Eduardo Cabrita excedeu-se e gerou mal-estar na sociedade Portuguesa. Agradou à esquerda radical que sempre gosta de exibir estatísticas, mesmo que contrárias à ética das maiorias. Se a comunidade internacional dos direitos humanos, tem por lá uns quatro ou cinco por cento que fazem mais barulho do que os restantes noventa e cinco, não vem mal ao mundo. Mas que seja «pecado mortal» algemar três figurões que nasceram e vivem à custa do mal dos outros e que, uma vez presos e condenados, reincidem no crime e haja quem os queira ver aos beijinhos e aos abraços, remando contra tudo e contra todos, é um disparate público, mesmo que o ministro e outros políticos nacionais, julguem que os agentes devem ser super-homens.
Estou velho. Mas não senil. Enquanto a minha voz puder ouvir-se, estarei ao lado daqueles que tanto sofrem para defenderem o Estado de Direito; e que tanto sofrem por causa daqueles que tão mal agradecidos são.

3 comentários:

  1. Concordo em absoluto com as palavras tão sábias deste ilustre transmontano.

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  2. Os meus parabéns pela análise correctissima da actual situação em Portugal

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  3. À "altura", como sempre o texto do Sr.Doutor. A primeira coisa a fazer seria publicarem as fotos dos cafajestes logo que se invadiram, não fossem fazer mal a mais alguém! O Governo, o Estado ainda acaba por lhes apresentar sentidas desculpas e lamentos…
    Logo tenho para o sr.Doutor, dado que não tenho o dom da escrita, sou do povo, um caso para o Senhor relatar , que lhe irá agradar, mas ainda não tenho as fotos devidamente reunidas. Fica desde já o meu pedido…

    Continue sempre a dar-nos conhecimento do "mundo".

    Longa vida de escrita!

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