sábado, 13 de outubro de 2018

Coisas do Norte - Jorge Lage


por JORGE LAGE
De Mirandela para o País – É o título do livro de mais de 50 páginas que o ilustre mirandelense e médico, José Manuel Pavão, publicou sobre o 1.º Congresso da Associação Nacional de Assembleias Municipais, de que é Presidente, e me fez chegar um exemplar que agradeço. O livro, além de ter interesse para o poder local, refere episódios recentes vividos em Mirandela, tendo alguns textos sido já divulgados. Parabéns ao autor!


«Assalto» do Banco Montepio? – Não foi o Montepio que foi assaltado, fui eu pelo Montepio. A história conta-se em poucas palavras. Tinha um depósito bancário à ordem há vários meses e decidi dar-lhe alguma rendibilidade. Fui ao Montepio e pedi (comprei) um cheque avulso e qual não foi o meu espanto, em tempo posterior, olhei para o seu custo: 5,77 €, sendo 5,50 € (comissão) e 0,27 cêntimos (impostos). Depois, tentei pensar no caso a frio e achei que 5,77€ (cinco euros e setenta sete cêntimos) eram exagerados. Há várias formas de assaltos e a maioria dos assaltos são legais. A casa de um familiar meu foi assaltada há uns dois anos e em vez de se calarem apresentaram queixa às autoridades. Tiveram que pagar mais uns 600 €, o que me cheira a um segundo assalto. Assim, até é compreensivo o «assalto» do Montepio.


Fogo-de-artifício e Incêndios Florestais A questão da limpeza das matas e caminhos próximos das populações, para se prevenirem os Incêndios florestais nasceu mal, com um Primeiro-ministro arrogante e ignorante (nesta matéria) a mandar cortar, até 31 de Março, todo o vegetal que bulisse junto aos caminhos e casas. 31 de Março? Afinal a erva e arbustos quando crescem mais é nos meses de Abril e Maio. Resultado, as zonas limpas em Março ficaram piores no início do Verão. A Ignorância (e arrogância) levou a que num primeiro momento se abatessem até as fruteiras nos quintais e todas as árvores folhosas que são uma barreira à propagação do fogo. E, pasme-se, algumas árvores classificadas de interesse público também foram abatidas. Este trabalho, concelho a concelho devia ser da responsabilidade dos municípios. São eles que conhecem a realidade local. Também no que diz respeito a riscos de incêndios estamos conversados com gente do «posso quero e mando» que proibiu o fogo-de-artifício no dia da festa de Mirandela. Então, que se tomem medidas, muito bem, mas, cada caso é um caso. É preciso ouvir quem está no terreno e sabe. O fogo-de-artifício em vez de ser laçado à meia-noite se atrasasse para as duas horas da madrugada em que a temperatura rondou os 25 graus. Depois, o fogo ia ser lançado sobre o espelho de água e, ao que sei, esta não arde. Adiar o fogo por uma semana parece uma anedota. Isto na capital não acontecia. Acho que os mirandelenses mereciam mais respeito e não podemos estar à mercê de ditadores, que desconhecem a realidade local. Não me parece bem que o município tenha acatado a ordem sem vivos protestos e repúdio. Cortam-nos escolas, hospitais, para onde vamos com gente centralizadora?

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