sábado, 6 de outubro de 2018

A “não penalização do erro” criará em breve uma sociedade desigual e de ignorantes.



O que se vem desenhando no Sistema de Ensino Português, deve preocupar todos. As directivas para os ensinos Básico e Secundário são aos montões e marginais. O pressuposto é que o aluno tenha SUCESSO, quando devia ser (como é nas sociedades civilizadas do mundo ocidental e asiático) APRENDER. Porque o aprender leva ao SUCESSO. A um sucesso sustentado. Enquanto que se a premissa for apenas a do sucesso, mais cedo do que tarde estaremos a viver numa sociedade desigual, injusta (só para alguns) de ignorantes (como em certa medida já estamos). É que o APRENDER sustenta-se em valores universais, sensatos e correctos, enquanto o SUCESSO, se por um lado se pode apoiar nos mesmos valores do APRENDER, também o pode fazer através da aldrabice, da vigarice, da gatunagem e por aí adiante. 
A questão que se coloca é a seguinte: Queremos uma sociedade de gente séria, ou uma sociedade de gatunos e aldrabões?

Uma das directivas para segurar o sucesso do aluno é a “não penalização do erro”. Imaginemos então um teste com 20 perguntas, em que cada uma vale um ponto. O aluno acertou cinco, mas como o objectivo é que tenha sucesso, não se penalizam as 15 erradas. Em vez de insatisfaz, o aluno obtém excelente. Não apenas ele como todos os seus colegas. Nessa mesma turma em que meia dúzia de alunos sejam excelentes, ao acertar as 20 perguntas, são classificados da mesma forma que um aluno que acertou 5!
Desta forma caminhamos para as trevas em passo rápido. Um aluno de 5 chegará ao término do processo avaliativo, pior do que quando entrou. Pior ainda, um processo educativo com 12 anos de percurso formará gerações de gente ignorante.
Estranha-se o silêncio dos professores (que também têm filhos no sistema) sobre esta questão, como se estranha o silêncio da sociedade em geral.
Isto não é novo, tem dezenas de anos. Experimentou-se na antiga União Soviética, e, casualmente, nos Estados Unidos da América, na mesma época. Aliás, foi aos EUA, que os soviéticos foram buscar as ideias. “Deu barraca”! E da GRANDE! Mas sobre esta questão (que é ideológica) tornaremos noutro dia.

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