quarta-feira, 23 de maio de 2018

Também assim acontece com os congressos: - quando menos se espera é quando tudo corre bem


Por BARROSO da FONTE
Poderia realizar-se em 2020 o congresso que vai decorrer de 25 a 27 de Maio, em curso. Assinalaria o I século desde que ocorreu o primeiro. Mas depois de recordada a história das três anteriores edições, quem soube das dúvidas que houve em 1941 em 2002, terá entendido que não é próprio dos Transmontanos «deixar para amanhã, aquilo que pode fazer-se hoje». Aqueles que em 1941 quiseram honrar, vinte anos depois, os pioneiros de 1920, tiveram tantas preocupações e receios de que pudesse falhar alguma coisa. Em 1920 ainda se arrumavam as trouchas da I Guerra Mundial. Mas a urgência era tanta que um Povo como o de Trás-os-Montes, pobre, despovoado e esquecido, tinha de agir para sobreviver. Em 1941 aqueles que tinham a experiência do que se fizera em 1920, quiseram melhorar a experiência. E, quando se viram em cima da hora, sem meios de toda a ordem, reconheceram que já era tarde demais e que, o melhor era adiar para 1941.
Foi em Vidago que Miguel Torga produziu aquele poema prosaico sobre o «Reino Maravilhoso». O terceiro ficara previsto para 1960. Mas a guerra, a emigração e a pobreza teimavam em embaraçar as vontades e os meios. Mais vinte anos em cima dos outros vinte que foram sendo adiados.
Só por essa altura, tivemos acesso às atas das duas primeiras edições. Nas diversas tribunas da imprensa, regional e diária, mais a feliz circunstância de termos os meios oficiais da Direção Geral da Comunicação, (re) pegámos naquelas atas e, estando por essa altura, em pleno funcionamento as Casas as diversas Casas Regionais (Lisboa, Porto, Guimarães, Braga, Coimbra, Tomar, Viana do Castelo e Algarve), usámos as redes comunicacionais, que insistentemente, fermentaram a Comunidade Transmontana e Duriense. Numa primeira fase chegou a eleger-se um grupo de Transmontanos que pretendiam avançar. Mas o poder autárquico, demarcou-se e, só na viragem do século e do milénio, foi possível cimentar vontades e garantir meios para – finalmente – autarcas e quadros do funcionalismo público, representando aquelas Casas regionais, darem passos seguros, para, em 2002, afinar a máquina que há 61 anos aguardava afinação.
 Foi, inegavelmente, a maior manifestação pública de Transmontanismo de que há memória. A cidade de Bragança foi o palco desse evento que nas conclusões que foram aprovadas, ficou o propósito de se repetir de cinco em cinco anos. Ficou claro que não mais seria possível repetir esse acontecimento com tamanha dimensão. E, sobretudo, tantas vontades e meios logísticos, para viabilizar semelhante proeza.
Só a iniciativa privada e o poder local, a puxar para o mesmo lado, podem fazer coisas bonitas, comunitárias e do agrado geral.
Ciente de que não podendo, somente a Casa de Lisboa, realizar a 4ª edição do congresso do nível daquele que decorreu, em         Bragança, em 2002, poderia imitar as edições de 1920 e de 1941, a direção chamou a si, sócios e não sócios para organizar o IV Congresso, em Lisboa, nos dias 25, 26 e 27 do mês em curso. Dadas as dificuldades financeiras que são comuns a todas as instituições do género, não poderemos exigir muito. Mesmo assim muita gente ligada a Trás-os-Montes e Alto Douro voltou as atenções para as origens telúricas. E os mais novos ficaram a saber que os Transmontanos, sempre primaram pelo diálogo franco e reconfortante        .
 O que ficará para a história continuará a ver-se, a ler-se e a ouvir-se.     
Autores transmontanosArmando Palavras, já em 2011, fizera uma primeira coletânea intitulada: «Trás-os-Montes e Alto Douro – Mosaico de ciência e cultura» Foi uma obra de 400 páginas, numa tiragem de 10 mil exemplares que mereceu nota prévia do Lagoaceiro António Neto que nesse ano fora o Presidente da Comissão de Festas de Nossa Senhora das Graças (LAGOAÇA). A essa comissão organizadora pertenceu Armando Palavras que mais uma vez coadjuvou Hirondino Isaías, presidente da Direção da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Lisboa. Foi uma tarefa árdua e ingrata porque há sempre quem veja, ao seu nível, muitas e muitos que julgava inferiores, mas que ocupam mais e melhor espaço, página mais vistosa do que eles. O livro vai estar à venda durante o congresso, ao preço de 20 euros e decorrerá no Pavilhão do conhecimento – Centro Ciência Viva – No Parque das Nações, em Lisboa.
Inscrições pelo geral@ctmad.pt ou tel. 217 939 311.       Barroso da Fonte


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