Por BARROSO da FONTE
Na reunião do executivo da Câmara de Montalegre e após
dois processos disciplinares a um técnico superior que fora presidente da
Comissão Política do PS, foi demitido. A
fraude foi consubstanciada com base num processo maquiavélico. Numa primeira
fase o funcionário ainda foi suspenso por 90 dias. Mas o escândalo numa câmara
e num meio pequenos, alastrou e, numa segunda votação, foi mesmo despedido.
Mais este desvio e, por unanimidade, terá gerado mau ambiente entre os sete
vereadores, cinco do PS e 2 da oposição que se viram compelidos a abandonar a
reunião por linguagem imprópria do lugar, do cargo e de quem, usa e abusa, de
gestos e palavrões como: «tinhosos, delatores, cobardes, vocês não prestam..»
Na sequência dessa exaltação provocada pelo presidente
da Câmara que já no mandato anterior tinha provocado idêntico abandono, os dois
representes da oposição distribuíram um comunicado através da redes sociais,
acusando o chefe do executivo.«Parece que Orlando Alves ficou ressabiado com a
decisão tomada, em relação ao amigo e companheiro de partido», lê-se nesse
comunicado que acrescenta: «em 2014, também a vereadora da oposição, Elisa
Minhava, tivera de sair da sala por palavrões do mesmo presidente».
É pena que, ainda sem conhecer, os resultados do
«inquérito que o Ministério Público decidiu abrir, sobre o inédito imbróglio
que ocorreu na véspera e no dia das últimas eleições autárquicas, não haja a
prudência, a serenidade e a tolerância que se impunham para bem de Barroso e
dos Barrosões. Para ser Barrosão no verdadeiro sentido cívico, não basta
proclamar que «somos Barroso». Devemos pugnar, uns e outros, pela
solidariedade, pelo altruísmo, pela verdade e pela transparência. Estas
circunstâncias são consequências dogmáticas da democracia. A Câmara de
Montalegre, pela volumetria dos seus ecos, vai tornar-se capital do banzé.
Qualquer dia são os jornalistas ávidos de notícias bizarras que passam a ocupar
os lugares do público durante as sessões do executivo. As sessões são públicas
e os jornalistas encartados têm acesso livre.
Orlando Alves
ganhou as eleições mas não ganhou o direito de mandar calar aqueles que foram
eleitos para lhe fazerem oposição. E, pior do que isso: nem ele nem ninguém pode
impedir esses vereadores de exigirem transparência, lisura e fiscalização aos
contratos e à execução das obras pagas pelo orçamento municipal. São eles que
representam os cidadãos concelhios que votaram neles e ainda outros que não
votaram, mas que se revêm na oposição. Esses dois vereadores foram tão eleitos
para vigiar, como os outros cinco foram eleitos para gerir. Os direitos são
proporcionais. É preciso que os sete camaristas, aprendam a interpretar as
regras da democracia e aceitem conviver em sociedade.
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