Dar
um pontapé num formigueiro é uma estratégia? Em princípio, parece que não é.
Mas que tem feito o Ocidente, senão isso? E, quando falo do Ocidente, falo da
Inglaterra, da França e da América. Desde a primeira invasão do Iraque à
chamada “Primavera Árabe” as velhas potências coloniais e a nova potência
“global” não perdem uma oportunidade para influenciar, ou mesmo dirigir, o
mundo islâmico. Ora esse mundo islâmico, de fora tão simples, está em guerra
consigo próprio, para defender ou fortalecer as suas posições em África e no
Médio Oriente e por razões religiosas que, às vezes, não se distinguem muito de
razões políticas e militares. E por isso o Ocidente não sabe ao certo quem são
as suas vítimas e menos quem a prazo vai beneficiar ou prejudicar. Não admira
que quase todos os grupos de muçulmanos odeiem imparcialmente a Europa e a
América e uma civilização inconciliável com a deles. Nós podemos ver alguma
diferença entre Nova York e Paris, ou entre Paris, Dortmund e Estocolmo. Eles
não vêem nenhuma; vêem só a rejeição das regras e preceitos estabelecidos pelo
Corão e das tradições de catorze séculos. Quando Trump ataca a Síria com 59
mísseis Tomahawk ou os jihadistas do Afeganistão com a MOAB não inaugura um
novo método para reagir às perturbações do Islão. Embora com mais brutalidade,
segue o exemplo de dúzias de “estadistas” da Europa e da América.
A
Direita segundo Cristas
A
dra. Assunção Cristas declarou a semana passada ao Expresso que não queria, e
não faria, uma aliança eleitoral com o PSD em 2019. Acha ela que não vale a
pena contar com as vantagens que o sistema de Hondt dá às coligações; e que o
CDS e o PSD crescendo separados terão mais votos do que juntos. De resto, a
dra. Cristas já se candidatou à Câmara de Lisboa, sozinha contra mundum. O pior
é se ninguém dá pela sua fascinante personalidade e pela sua notória
competência para dirigir uma Câmara. Ou se, em geral, o CDS descer nas
autárquicas. Ou até, por absurdo, considerando a sua vacuidade ideológica e
doutrinal e principalmente a sua fraqueza, o CDS desaparecer em fumo à medida
que as eleições se aproximarem. Sendo chefe de uma pequena patrulha (com novos
dirigentes que Portas recrutou), a dra. Cristas devia perceber que, em última
análise, a sobrevivência do seu partido depende da unidade da direita, porque
só ela lhe dará força para um papel importante na política portuguesa. A
afirmação da duvidosa personalidade do partido talvez lhe traga alguma
popularidade interna. Nada mais. Cá fora, a esmagadora maioria dos portugueses
não se interessa pelo que sucede ou deixa de suceder no Largo do Caldas. E
ainda por cima Cristas não é e nunca será o dr. Paulo Portas.
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