JORGE LAGE |
A consoada volta a
ser na vivenda do Luís e da Isabel, em Edmonton e foram os pratos típicos das
rabanadas, das iguarias lisboetas e alentejanas que mais me fizeram lembrar o
Natal tradicional, bem como um gélido manto de neve. Mais uns dias de compras e
preparamo-nos para a passagem de ano em Montreal. A viagem foi uma cópia
caríssima da ida a Vancouver, mais cara e menos conforto do que viajar na KLM
de Edmonton para Lisboa. A costa Leste do Canadá e USA, até Nova Iorque estavam
sobre influência de uma gélida e nevosa massa de ar ártica, com muita neve na
cidade. A traça arquitectónica fazia lembrar a francesa e a comida muito pior.
A comida que pedimos na praça da alimentação de um dos maiores centros
comerciais de Montreal, estava intragável, não condizendo o que o prato
mostrava na foto com o que serviam. A vianda que a minha Mãe preparava no
caldeiro para a ceba, quando ficava de má boca, não era pior apaladada. Na
noite de passagem de ano, o meu filho marcou o jantar na maior e das mais caras
cadeias de restaurantes de portugueses o «Ferreira». Tínhamos hora marcada e
duas horas e meia para a refeição. Muita atenção dos empregados até ao momento
que receberam a gorjeta. Depois, nem um cumprimento educado de despedida. Só
para fazerem uma ideia, paguei uma garrafa de «Peceguinha» alentejana, um pouco
aldrabada, quase o preço de uma Barca Velha. Voltei a não gostar da comida,
risotto com pato desenxaibido. O chefe do serviço mais parecia um campónio que
fazia de segurança e o escanção não tinha traquejo. Era melhor o serviço do
restaurante do Sofitel Hotel, com mais profissionalismo. O que me marcou mais
em Montreal foi o monte que deu o nome à cidade e toda a informação diacrónica
que nos era disponibilizada. Ir a Montreal e não subir ao Monte Real é como ir
a Fátima e não visitar a Cova da Iria. O regresso a Edmonton foi dia de Ano
Novo e ainda deu para umas últimas compras e o regresso foi confortável na KLM,
só perturbado pelo nevoeiro do aeroporto da Portela -Lisboa. Respirei fundo
quando regressei ao meu lar e até parecia que tinha perdido alguns hábitos. A
primeira sensação foi a de desconforto em casa devido ao frio, quando em
Edmonton dormia só com um lençol a tapar o corpo (Foto, retirada da net, a
cidade de Edmonton).
Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com –
20FEV2017
Provérbios ou
ditos:
Temporã é a castanha que por Março
arrebenta (Março é tempo de rebentos e o fruto é uma metáfora).
Aí vem o meu amigo Março que fará o que eu
não faço.
Em tardes de Março recolhe o teu gado.
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