Via
Barroso da Fonte, veio-me ao conhecimento que no próximo sábado dia 18, ás
16h00, a Âncora Editora vai lançar mais uma obra de um transmontano que também
no mundo das letras tem representação. No acto que vai decorrer no Café
Império, Av. Almirante Reis, 205 A/C, Lisboa, estarão como apresentadores os
Professores Doutores Boaventura de Sousa Santos e João Madeira. Há de tudo em
Trás-os-Montes.
ALÍPIO DE FREITAS nasceu a 17 de
Fevereiro de 1929, em Bragança, onde frequentou o seminário. Ordenou-se padre
e, na década de 50, foi pároco de Guadramil e Rio de Onor e director de uma
Escola de Artes e Ofícios. Parte para o nordeste do Brasil, em 1957, onde
lecciona História Antiga e Medieval na Universidade de São Luís do Maranhão e é
vigário de uma paróquia de subúrbio. Em 1958 ajuda a fundar a Associação dos
Trabalhadores Agrícolas do Maranhão e em 1960 junta-se às Ligas Camponesas, de
que foi secretário-geral. Em 1962 participa num comício pelas reformas de base,
no Rio de Janeiro, e aceita um convite para estar presente no Congresso Mundial
da Paz, na URSS, rompendo, no ano seguinte, com a Igreja. Nesse ano, durante a
campanha eleitoral de Miguel Arraes, é sequestrado pelo exército e preso
durante 50 dias. Em risco de ser deportado para Portugal, onde também seria
preso por participar na recepção a Humberto Delgado e em outras actividades
políticas contra Salazar, adquire a cidadania brasileira. Em 1963 é novamente
preso, em João Pessoa, no 1.º aniversário da morte do líder camponês João Pedro
Teixeira, por causa de um discurso proferido na Universidade da Paraíba. No Rio
de Janeiro torna-se secretário-geral da recém-fundada Frente de Mobilização Popular,
que congregava grupos de esquerda. Refugia-se na embaixada do México, aquando
do golpe militar em 1964, e exila-se nesse país, seguindo para Cuba, onde
recebe treinamento político-militar de guerrilha. Em 1966 participa na
organização de movimentos guerrilheiros em diversos países da América latina e
regressa clandestino ao Brasil, onde integra o movimento armado do partido dos
trabalhadores, por ele formado. Volta a ser preso, em Maio de 1970, onde é
sujeito a todas as torturas que denuncia no seu livro Resistir é preciso,
publicado em 1981. É libertado em 1979, no dia do seu 50.º aniversário. Sai da
prisão apátrida. Em Portugal, Zeca Afonso conta a sua
história na canção “Alípio de Freitas” (1976).
Em 1981 vai para Moçambique trabalhar num projecto agrícola. Regressa a Portugal, em 1984, e torna-se jornalista na RTP. Funda a Casa do Brasil de Lisboa, em 1990. Em 1994 trabalha na Associação Terras Dentro. Foi presidente da Associação José Afonso e é membro dos corpos sociais das Associações: Abril; Mares Navegados; e Casa Grande. Participou no “Fórum Social Mundial”, em diversos países. Pertence ao Movimento dos Sem Terra (MST) e às Ligas dos Camponeses Pobres (LCP), das quais foi eleito Presidente de Honra. A Frente Internacionalista do Movimento dos Sem Tecto deu o nome “Padre Alípio de Freitas” a uma ocupação urbana, situada em frente às instalações da DOPS, onde esteve preso e foi torturado. Foi paraninfo de Gilberto Gil, quando lhe foi atribuído o grau de doutor honoris causae, pela Universidade Lusófona, onde leccionou. Em 1996, o Presidente Jorge Sampaio atribui-lhe a condecoração de Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa.
Em 1981 vai para Moçambique trabalhar num projecto agrícola. Regressa a Portugal, em 1984, e torna-se jornalista na RTP. Funda a Casa do Brasil de Lisboa, em 1990. Em 1994 trabalha na Associação Terras Dentro. Foi presidente da Associação José Afonso e é membro dos corpos sociais das Associações: Abril; Mares Navegados; e Casa Grande. Participou no “Fórum Social Mundial”, em diversos países. Pertence ao Movimento dos Sem Terra (MST) e às Ligas dos Camponeses Pobres (LCP), das quais foi eleito Presidente de Honra. A Frente Internacionalista do Movimento dos Sem Tecto deu o nome “Padre Alípio de Freitas” a uma ocupação urbana, situada em frente às instalações da DOPS, onde esteve preso e foi torturado. Foi paraninfo de Gilberto Gil, quando lhe foi atribuído o grau de doutor honoris causae, pela Universidade Lusófona, onde leccionou. Em 1996, o Presidente Jorge Sampaio atribui-lhe a condecoração de Grande Oficial da Ordem da Liberdade da República Portuguesa.
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