BARROSO da FONTE |
Decorreu
no último sábado de Fevereiro, na sua sede, em Bragança, a Assembleia Geral da
Academia de Letras de Trás-os-Montes, presidida pela primeira Secretária Assunção Morais, por
doença do Presidente António Monteiro. Marcaram presença cerca de vinte associados
e foram debatidos os cinco pontos
agendados, em tom cordial e colaborante.
Antevia-se
uma sessão agitada pelo facto de se encontrarem demissionários três dos
cinco membros da Direção, o que poderia pressupor que houvesse mau
relacionamento entre eles. Mas nada disso. Pelo contrário registou-se um clima
de solidariedade e de tolerância que dignifica a classe e desvanece qualquer dúvida.
Mais do que uma assembleia geral que tratou todos os pontos agendados com
inteira liberdade e profundidade, em todos os presente se notou predisposição
para levar por diante os fins para que foi criada esta instituição cultural que
visa promover o diálogo entre todos aqueles que fazem da escrita uma
necessidade intrínseca de extravasar o que lhes vai na alma criadora.
No relatório do triénio anterior leu-se que : «as eleições foram antecipadas para evitar o
ruído ante e pós eleitoral e, sobretudo, por ter ainda em exercício de funções
o executivo autárquico que, sem os perigos anunciados por alguns no debate
pré-eleitoral de há três anos, neste mesmo espaço, soube ajudar-nos,
desobrigando-nos, e nos deixou exprimir longe de uma qualquer respiração
assistida».
Nesse mesmo relatório trienal assinado pelo
Prof. Doutor Ernesto Rodrigues diz-se mais: ...cumpre
recordar ter sido Jorge Nunes o elemento propulsor da nave que, agora, vamos a
bordo, com responsabilidades acrescidas face à melhoria de condições e à
reflexão para que este triénio inaugural já serviu».
O CF invoca este introito para recordar que
nem o primeiro, nem o segundo mandatos diretivos conseguiram cumprir os três
anos que os estatutos da Academia preconizam. De facto os corpos sociais para o
terceiro mandato e, no mesmo dia, empossados, foram eleitos em 6 de Junho de
2015. Como «não há duas sem três», também o segundo que foi antecipado pela
morte do saudoso Amadeu Ferreira, ocorreu sem que houvesse uma pausa para
refletir e possibilitar o conhecimento direto dos associados. Entendemos que os
associados ainda se conhecem mal. E para constituir elencos diretivos, deverá
haver mais abertura, mais diálogo e mais conhecimento pessoal.
Nos
quase sete anos da existência da Academia, verdadeiramente, ainda não foi
possível cumprir um mandato completo,
não só devido a fatores exógenos, mas também por insuficiências
sensíveis nos Estatutos que, em matérias importantes, são omissos.
No mandato em curso essas omissões poderiam
ser suprimidas, sem violar a espaço temporal, se, em vez de cinco elementos na
direção e três em cada um dos restantes órgãos, houvesse, pelo menos, mais dois
elementos suplentes. Um regulamento interno que se impõe, caso os estatutos não
sejam revistos, permitirá que em todos os três órgãos sejam eleitos membros
suplentes.
Apesar de elevar de 104 para 180 o numero de
membros efetivos e de encerrar a gerência do ano de 2016, com um saldo positivo
de 4.764 euros, o Presidente da Direção, deixou perceber que não estavam
reunidas as condições para levar o mandato até ao fim. Face à situação, a
Presidente da Mesa da assembleia, colocou o problema à consideração geral,
manifestando-se maioritariamente contra a cessação imediata, com o receio de
que tal desfecho pudesse ditar o fracasso do plano de atividades, já em curso,
como por exemplo, a apresentação da coletânea de 40 poetas de hoje e a
organização do Festival Literário de Bragança. Por outro lado, a presidente da
Mesa propôs e foi bem sucedida que os demissionários vice-presidente José Mário
Leite e a tesoureira Maria Idalina Brito, continuassem a dar o seu apoio para que não inviabilizassem o
normal funcionamento da Academia, até aos fins de Julho, data em que decorrerá
a nova Assembleia geral, cujo principal objetivo consistirá em eleger novos
corpos sociais para o próximo triénio: 2017-2019. Daqui até lá, a Presidente de
Assembleia Geral, que dirigiu, exemplarmente, as funções, terá a seu cargo o
processo eleitoral.
Finalmente a Assembleia Geral da Academia
aprovou, como sócios honorários, pelo que são, enquanto autores e pelo que
representam enquanto dirigentes, os cinco seguintes membros:
Dr. Abel de Lacerda Botelho, licenciado em
Direito e, Fundador e Presidente honorário da Fundação Lusíada e da Ordem de
Ourique; Dr. Fernando Guilherme Aguiar-Branco, licenciado em direito e
Presidente honorário da Fundação Engenheiro António de Almeida, com sede no
Porto, sendo também Transmontano esse patrono; Drª Laura Afonso Rodrigues, viúva e diretora do Museu
de Arte Nadir Afonso, com sede em Chaves; Maria Eugénia Silva Neto, viúva do
Dr. Agostinho Neto, líder da República Popular de Angola e dirigente da União
Angolana de Escritores e da Academia de Letras de Angola; Drª Maria Isabel
Viçoso, Presidente da Grupo Cultural Aquae Flaviae e diretora da Revista que
tem o mesmo nome, com 54 edições, que fazem dela uma das revistas culturais
mais prestigiadas da Lusofonia.
Gostaria de conhecer os Estatutos dessa Academia, porque o Google apresenta uns Estatutos, a que les faltam dois ou três artigos, quase no final.
ResponderEliminarPois. Mas para isso terá de contactar a Academia, cujos contactos encontra facilmente online. Ou, pesquisar neste blogue que creio, já os publicámos há uns três anos.
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