A
terminar o ano, é aconselhável fazer referência a dois livros que saíram a
público este ano de 2016, da lavra de dois conceituados académicos britânicos,
cuja temática é a época das descobertas portuguesas. São eles Russell-Wood (já
falecido) e que dedicou grande parte da sua vida ao estudo dos impérios
ultramarinos e à história africana e brasileira portuguesas, escrevendo em
1992 “O Império Português", agora reeditado em 1ª edição do Clube do Autor. O
outro, Roger Crowle, quis o acaso que fosse advertido por um conhecido que lhe
ofereceu dois livros sobre História de Portugal, escritos em inglês,
motivando-o a uma narrativa sobre os primeiros 30 anos das descobertas
portuguesas. Escreveu “Conquistadores”, uma narrativa empolgante e cheia de
acção, numa linguagem própria para o vulgo.
Os
dois académicos britânicos coincidem em vários pontos e recuperam o papel de
Portugal como pioneiro do primeiro império global.
Russel
“apresenta uma perspectiva inovadora centrada no movimento de pessoas, bens e
ideias que marcou os quatro séculos de expansão portuguesa”. É uma história de
luta e perseverança desde a fundação ao auge e ao declínio de uma potência alicerçada
em todas as componentes marítimas.
Crowley,
numa narrativa empolgante e solidamente fundamentada, constrói o percurso de
Ceuta até à Índia, equilibrando “a vertente humana com as dimensões geopolítica
e religiosa”. A supremacia marítima de Portugal foi total e o desempenho dos
comandantes digno de hinos heróicos. Em narrativa límpida, dá vida a
personagens como Dom João II, Dom Manuel I, Diogo Cão, Bartolomeu Dias, Vasco
da Gama ou Afonso Albuquerque.
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