O
património da Universidade era em grande parte constituído pelo seu Padroado,
ou seja, o conjunto das igrejas sobre as quais tinha o direito de apresentar os
párocos, recebendo rendimentos compostos, sobretudo, pelos dízimos dessas
mesmas igrejas, bem como de outros bens a elas anexos.
A
responsabilidade da Universidade distribuía-se pela manutenção das condições
necessárias para o desempenho das funções litúrgicas, pelo apoio espiritual às
populações e pela conservação dos edifícios sagrados com algum valor
arquitectónico.
O
rumo da antiga Universidade foi profundamente abalado e alterado com a Reforma
Pombalina, tanto no que diz respeito ao ensino ministrado, como em relação ao
património que possuía e respectiva administração. Com essa reforma, os seus
bens passaram a designar-se como pertencentes ao Património Novo ou ao
Património Antigo. O Património Novo era constituído pelo conjunto de bens advindos,
em 1774, da Companhia de Jesus, dado que o Colégio das Artes com todos os seus
bens regressara já à posse da Universidade em 1772, por Provisão de 16 de
Outubro . O Património Antigo era formado essencialmente por doações régias. De
facto, à altura dos Estatutos de 1559, quase todas as igrejas do seu Padroado
provinham do Padroado Real. De resto, estas primeiras igrejas começaram a ser
anexadas à instituição, logo no reinado de Dom Dinis, quando o monarca solicita
autorização ao Papa Clemente V. Concedida por Bula de 26 de Fevereiro de 1308.
O mesmo sucede em 1345 através da Bula de Clemente VI, datada de 10 de Janeiro,
que concede a união dos frutos de várias igrejas à Universidade. De modo
semelhante, em 1411, é concedida a anexação de uma igreja em cada um dos
bispados do reino.
Com
D. João III novas incorporações se verificam. É solicitada a união de três
igrejas do bispado de Lamego (Santa Maria em Fonte Arcada, Santa Maria de
Sardoura e São Martinho de Mouro) e uma do bispado do Porto (Santo Crucifixo de
Bouças). É concedida por Paulo III em 1542. Também a pedido de Dom Sebastião,
novas igrejas são anexadas à Universidade, por confirmação de Paulo III em 14
de Março de 1538 e 11 de Outubro de 1539.
Este
estudo, sobre o Património Novo da Universidade, realizou-se em dezassete concelhos, oito dos quais da região duriense.
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