É o inventário mais abrangente do mundo
sobre o estatuto de conservação global de espécies de plantas e animais. Esta
lista é baseada num sistema objetivo de avaliação do risco de extinção de uma
espécie caso não sejam tomadas quaisquer medidas de conservação.
As espécies são classificadas em 9
categorias, definidos através de critérios que incluem a taxa de declínio da
população – entendida como o número de indivíduos por espécie -, o tamanho e distribuição
da população, a área de distribuição geográfica e grau de fragmentação. As
categorias incluem “Criticamente em Perigo” (enfrentam risco extremamente
elevado de extinção na natureza), “Em Perigo” (enfrentam um risco muito alto de
extinção), “Vulnerável” (enfrentam um risco elevado de extinção), “Quase
ameaçada” (está perto de ser classificada como “Vulnerável”) e “Pouco
preocupante” (espécies que não se enquadram nas restantes categorias, incluindo
espécies abundantes e amplamente distribuídas). | www.iucnredlist.org.
A última atualização da Lista Vermelha das
Espécies em risco de extinção (feita em Novembro de 2015), a referência mundial
para a conservação de espécies, inclui pela primeira vez espécies cinegéticas
que são caçadas em Portugal. A rola-brava e o zarro são agora espécies
consideradas em risco de extinção, na categoria “Vulnerável”, o que demonstra a
urgência de alterar a legislação de caça em Portugal e noutros países onde
estas espécies ocorrem.
Esta informação é traduzida da Lista Vermelha,
uma ferramenta criada pela União Internacional de Conservação da Natureza
(UICN) em colaboração com a BirdLife International em 1963, para avaliar com
critérios objetivos qual o grau de ameaçada de extinção para cada espécie.
Sabemos assim, que existem em todo o Mundo 197 espécies em estado “Criticamente
Ameaçado” de extinção, que necessitam de ação urgente de recuperação e de
conservação e devem ser, portanto prioridades pelas entidades que se preocupam
com a conservação das espécies.
Contudo, das 77 340 espécies avaliadas, 22 784
estão ameaçadas de extinção e no grupo das aves, em particular, mais de 40
espécies viram o seu estatuto de conservação agravar-se. É o caso da
rola-brava, uma ave migradora que ainda é caçada em Portugal apesar das evidências
de programas de monitorização levados a cabo pela Sociedade Portuguesa para o
Estudo das Aves (SPEA), que demonstram um decréscimo
muito acentuado, de cerca de 40% na última década. Também o zarro (da
família dos patos) é uma espécie cinegética migradora com diminuições drásticas
nas suas populações. Com base nestes dados, a SPEA não tem dúvidas que ambas as
espécies devem deixar de ser caçadas como medida de conservação, o que requer
uma reação rápida e eficaz das entidades oficiais através da alteração do
calendário venatório e da suspensão da sua caça.
Os principais grupos de aves que mostram
agravamentos no risco de extinção são os abutres, as aves marinhas e as aves
limícolas, algumas delas ocorrem em Portugal e requerem medidas de conservação
urgentes. Em Portugal temos atualmente uma espécie em risco crítico, que
partilhamos com Espanha: a pardela-balear, e 3 “Em Perigo”. Mas já tivemos
mais, que felizmente já viram a categoria de ameaça diminuída graças a esforços
de projetos de conservação, entre as quais o priolo e a freira-da-madeira e
graças ao resultado de um melhor conhecimento sobre as populações individuais
de aves. Contudo, existem ainda 7
espécies com o estatuto de conservação urgentes: a águia-imperial, o
painhode-monteiro, a abetarda, a freira-do-bugio, a felosa-aquática, e as novas
espécies que agora entraram na lista: a rola-brava e o zarro.
De acordo com o Diretor Executivo da SPEA, Luís
Costa, em nome da Coligação C6, “As ONGA tem liderado e participado em projetos
que permitiram recuperar a população, o habitat e a área de distribuição de
algumas espécies que já estiveram perto da extinção e monitoriza as populações
de aves que ajudam a definir o seu estatuto na Lista Vermelha. Acrescenta
ainda, “a Lista Vermelha da IUCN representa a voz da biodiversidade a
indicar-nos onde devemos concentrar a nossa atenção de forma mais urgente – e
esta voz está claramente a dizer nos que devemos agir já, de forma a
desenvolver políticas mais fortes e programas de conservação que protejam as nossas
aves e travem o seu declínio.”
Sites que informam sobre o tema:
Sem comentários:
Enviar um comentário