É mais uma vez o tudo ou nada. A defesa de
Sócrates lança uma ofensiva para tentar decapitar a investigação do processo.
Joga o incidente de recusa contra o juiz e tem a mesma posição num recurso já
entrado na Relação de Lisboa contra o procurador Rosário Teixeira.
É mais uma tentativa desesperada de ganhar
o jogo na secretaria, tentando aproveitar a onda de indignação seletiva criada
pela entrevista de Carlos Alexandre. Sócrates quer evitar o julgamento, que se
conheçam as provas, quer obter uma mudança de magistrados que significaria a
morte do processo.
Tudo o que este caso representa para o
País não pode ser liquidado pelos efeitos de uma entrevista imprudente. O que
interessa é saber se Sócrates é corrupto ou não, se o País foi dirigido a
partir de uma atitude delinquente e não o que o juiz Carlos Alexandre pensa.
Por isso o importante é sublinhar o
cuidado com que a procuradora-geral da República está a tratar o caso. Alargou
o prazo de forma justificada, sublinhou que há mais indícios de favor em novas
áreas de negócios e que a investigação não está parada. É no processo que tudo
se joga e não na arena mediática onde pululam os amigos de Sócrates.
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