Eduardo Dâmaso- Sábado
Quando se discutem temas como o segredo de
justiça ou a colaboração premiada para criminosos que entreguem outros
criminosos à justiça, logo surgem umas quantas vozes indignadas, alegando que
há uma regressão medieval em matéria de Estado de Direito. Em regra, são
advogados que entram nesse debate, omitindo que defendem arguidos envolvidos
nos casos em torno dos quais é suscitada a discussão. Também entram colunistas
de imprensa, omitindo sempre que são testemunhas abonatórias dos ditos arguidos
em todo o tipo de processos que estes metem contra jornalistas.
ucp.pt/site/custom/
template/ucptpl_uce.asp?
SSPAGEID=2743&lang=
1&artigoID=1554
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Não lhes interessa dizer que o direito
premial foi inventado na Alemanha do século XIX, que sem ele Itália, os EUA, e
Espanha não teriam vencido o terrorismo, a máfia e a corrupção que envenena a
democracia. Muito menos lhes interessam visões do segredo de justiça mais
centradas na defesa do interesse público e dos valores da comunidade, como tão
sabiamente nos fala por cá o jurista Pedro Garcia Marques no seu livro O Segredo
de Justiça, editado pela Universidade Católica, fugindo aos estafados
lugares-comuns sobre o tema.
O que defendem são só os seus interesses e
os dos respectivos amigos.
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