O
homem primordial tinha uma relação com a Natureza, que o homem moderno, um ser
sobretudo urbano, perdeu.
Para
os Antigos o respeito pela Natureza era fundamental. E os clássicos da Antiguidade
demonstram-no nas suas obras, como o demonstram os clássicos modernos como
Mircea Eliade, René Alleau, ou mesmo antes, sir James Frazer no seu mítico “Ramo
de Ouro”.
É
seguindo esta tradição que o alemão Peter
Wohlleben, guarda-florestal de profissão e apresentador de um popular programa
de televisão, acaba de lançar “A Vida Secreta das Árvores”.
Com
uma linguagem própria para o vulgo, já desligado desse conhecimento primordial,
desse mundo para nós agora misterioso, Wohlleben faz-nos repensar a nossa
relação com o mundo natural, com algumas revelações que se nos tornaram
surpreendentes. Mas que para os Antigos nada tinham de espanto. Como por
exemplo, a abordagem feita às árvores como seres sociais, com uma linguagem que se
manifesta através dos odores, comunicando através do subsolo por intermédio
das raízes, numa floresta inteira (como uma Web das árvores), emitindo sons.
São
256 páginas que nos trazem um conhecimento perdido nas brumas da memória como a
amizade entre espécies (as faias). Acontecem coisas de espantar na floresta:
árvores que comunicam entre si (enviando sinais elétricos através de uma rede
subterrânea de fungos), ou árvores que cuidam dos seus rebentos ou dos seus
«vizinhos» doentes, velhos ou órfãos. Árvores que têm sensibilidade,
"sentimentos" e memórias.
Já Léon Denis, em meados do século XIX, dizia: " A alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem"
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