sábado, 25 de junho de 2016

A Vida Secreta das Árvores


O homem primordial tinha uma relação com a Natureza, que o homem moderno, um ser sobretudo urbano, perdeu.
Para os Antigos o respeito pela Natureza era fundamental. E os clássicos da Antiguidade demonstram-no nas suas obras, como o demonstram os clássicos modernos como Mircea Eliade, René Alleau, ou mesmo antes, sir James Frazer no seu mítico “Ramo de Ouro”.
É seguindo esta tradição que o alemão Peter Wohlleben, guarda-florestal de profissão e apresentador de um popular programa de televisão, acaba de lançar “A Vida Secreta das Árvores”.
Com uma linguagem própria para o vulgo, já desligado desse conhecimento primordial, desse mundo para nós agora misterioso, Wohlleben faz-nos repensar a nossa relação com o mundo natural, com algumas revelações que se nos tornaram surpreendentes. Mas que para os Antigos nada tinham de espanto. Como por exemplo, a abordagem feita às árvores como seres sociais, com uma linguagem que se manifesta através dos odores, comunicando através do subsolo por intermédio das raízes, numa floresta inteira (como uma Web das árvores), emitindo sons.
São 256 páginas que nos trazem um conhecimento perdido nas brumas da memória como a amizade entre espécies (as faias). Acontecem coisas de espantar na floresta: árvores que comunicam entre si (enviando sinais elétricos através de uma rede subterrânea de fungos), ou árvores que cuidam dos seus rebentos ou dos seus «vizinhos» doentes, velhos ou órfãos. Árvores que têm sensibilidade, "sentimentos" e memórias.

1 comentário:

  1. Já Léon Denis, em meados do século XIX, dizia: " A alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem"

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