Jorge Lage
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Quando a amiga Paula me convidava a reenviar uma mensagem eu
disse-lhe o que me ia na alma. A oração é um «instrumento espiritual» de nos
fortalecermos interiormente, onde vamos buscar forças quando mergulhamos num
mar de desânimo, de aflições ou de incertezas, pelo que devemos fazer da nossa
vida uma oração a Deus e a Nossa Senhora, nosso refúgio e remédio dos aflitos e
desesperados. O escritor romeno, «Virgil Gheorgiu», no seu famoso livro, e um
dos mais belos de sempre, «25.ª Hora», narra a odisseia de «Iohann Moritz», um humilde camponês romeno,
que foi deportado pelos nazis. Percebe-se que só um homem com muita força
interior, como Iohann, seja capaz de seguir em frente, apoiado na providência,
no destino e na vontade de viver e superar montanhas apocalípticas de
dificuldades. Este livro de que falo à amiga Paula, que admiro e estimo, valeu
para mim uma biblioteca inteira, pois ajudou-me nos momentos difíceis a ir em
frente, fazendo das fraquezas forças, e construindo o meu humilde e trabalhoso
trilho da escrita de 30 anos a colaborar, graciosamente, com o jornal Notícias de Mirandela, mais de 20 anos a
dar o meu melhor aos Clubes da Floresta das escolas (Projecto da Universidade
de Coimbra), a formar jovens com mais força interior e saber para vencerem na
vida. Este meu desabafo com a Paula, podia continuar, porque na vida passei
muito tempo a ajudar e a orientar outros para vencerem na vida, porque a minha
felicidade assenta na alegria de viver da família e dos que ocasional ou esporadicamente
estejam perto de mim. Afinal, Deus criou-nos para sermos felizes e veio a este
mundo para ser nosso modelo. Tudo isto, para lhe dizer, que a mensagem de
Jesus, em linguagem hiperbólica, não é bem o que diz, para darmos a outra face,
mas o que nos quis dizer. Assim, a Sua mensagem quer dizer que não devemos ter
medo dos perigos e dos desafios. Mais, devemos pegar no chicote, como fazem,
por exemplo, as «Filhas do Sol» (terror dos criminosos de guerra e da
Humanidade), do martirizado e massacrado povo curdo-iraquiano-turco. Quando
degolam e matam gente inocente não há outra resposta se não a da luta com armas
próximas das que eles utilizam e que atinjam as grandes fontes do ódio e dos
maiores crimes contra a Humanidade de hoje. Nas tomadas de posição colectivas e
pacíficas só servem para os criminosos ganharem mais força. Os extremistas
riem-se de nós por sermos pacíficos e muitos de nós «fazermos de conta» que
somos cristãos. Enquanto os políticos europeus deixarem as fontes do ódio
impunes não iremos a lado nenhum e a Europa da tolerância desaparecerá dentro
de duas ou três décadas, porque a «Europa do medo» já está entre nós. Obrigado
pela sua preocupação e amizade.
Nota complementar ao texto
“Lembrai-vos
do Holocausto”, podia ler-se em hebreu e inglês numa placa colocada no
monumento em bronze erigido em homenagem aos 5943 judeus da região de
Tirgu-Mures, mortos após terem sido deportados, em Maio de 1944, pelo regime do
marechal húngaro Miklos Horthy, que controlava em 1940 a Transilvânia do Norte.
Esse monumento foi inaugurado a 4/5/2003 em presença de diversos sobreviventes
dos campos de extermínio nazi. Hoje, a comunidade judaica Romena terá cerca de
14 mil Judeus, contra os 800 mil existentes antes da Segunda Guerra Mundial. O
extermínio de judeus foi o culminar de um longo período de preparativos
sistemáticos” dirigidos contra eles, perante a passividade dos povos livres,
que assistiram à tragédia dos judeus sem intervirem. Segundo estatísticas
publicadas pela Federação das Comunidades Judaicas da Roménia, dos 165.061
judeus que contava a Transilvânia do Norte no início de 1944, 151.190 foram
deportados pelo regime de Miklos Horthy. Menos de 25.000 sobreviveram. Cerca de
250 mil judeus foram igualmente deportados pelo regime pró-nazi do marechal
romeno Ion Antonescu.
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