quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Só a oração não chega para invertermos os crimes contra a Humanidade na Europa e no mundo

 

Jorge Lage

Quando a amiga Paula me convidava a reenviar uma mensagem eu disse-lhe o que me ia na alma. A oração é um «instrumento espiritual» de nos fortalecermos interiormente, onde vamos buscar forças quando mergulhamos num mar de desânimo, de aflições ou de incertezas, pelo que devemos fazer da nossa vida uma oração a Deus e a Nossa Senhora, nosso refúgio e remédio dos aflitos e desesperados. O escritor romeno, «Virgil Gheorgiu», no seu famoso livro, e um dos mais belos de sempre, «25.ª Hora», narra a odisseia de  «Iohann Moritz», um humilde camponês romeno, que foi deportado pelos nazis. Percebe-se que só um homem com muita força interior, como Iohann, seja capaz de seguir em frente, apoiado na providência, no destino e na vontade de viver e superar montanhas apocalípticas de dificuldades. Este livro de que falo à amiga Paula, que admiro e estimo, valeu para mim uma biblioteca inteira, pois ajudou-me nos momentos difíceis a ir em frente, fazendo das fraquezas forças, e construindo o meu humilde e trabalhoso trilho da escrita de 30 anos a colaborar, graciosamente, com o jornal Notícias de Mirandela, mais de 20 anos a dar o meu melhor aos Clubes da Floresta das escolas (Projecto da Universidade de Coimbra), a formar jovens com mais força interior e saber para vencerem na vida. Este meu desabafo com a Paula, podia continuar, porque na vida passei muito tempo a ajudar e a orientar outros para vencerem na vida, porque a minha felicidade assenta na alegria de viver da família e dos que ocasional ou esporadicamente estejam perto de mim. Afinal, Deus criou-nos para sermos felizes e veio a este mundo para ser nosso modelo. Tudo isto, para lhe dizer, que a mensagem de Jesus, em linguagem hiperbólica, não é bem o que diz, para darmos a outra face, mas o que nos quis dizer. Assim, a Sua mensagem quer dizer que não devemos ter medo dos perigos e dos desafios. Mais, devemos pegar no chicote, como fazem, por exemplo, as «Filhas do Sol» (terror dos criminosos de guerra e da Humanidade), do martirizado e massacrado povo curdo-iraquiano-turco. Quando degolam e matam gente inocente não há outra resposta se não a da luta com armas próximas das que eles utilizam e que atinjam as grandes fontes do ódio e dos maiores crimes contra a Humanidade de hoje. Nas tomadas de posição colectivas e pacíficas só servem para os criminosos ganharem mais força. Os extremistas riem-se de nós por sermos pacíficos e muitos de nós «fazermos de conta» que somos cristãos. Enquanto os políticos europeus deixarem as fontes do ódio impunes não iremos a lado nenhum e a Europa da tolerância desaparecerá dentro de duas ou três décadas, porque a «Europa do medo» já está entre nós. Obrigado pela sua preocupação e amizade. 

Nota complementar ao texto

“Lembrai-vos do Holocausto”, podia ler-se em hebreu e inglês numa placa colocada no monumento em bronze erigido em homenagem aos 5943 judeus da região de Tirgu-Mures, mortos após terem sido deportados, em Maio de 1944, pelo regime do marechal húngaro Miklos Horthy, que controlava em 1940 a Transilvânia do Norte. Esse monumento foi inaugurado a 4/5/2003 em presença de diversos sobreviventes dos campos de extermínio nazi. Hoje, a comunidade judaica Romena terá cerca de 14 mil Judeus, contra os 800 mil existentes antes da Segunda Guerra Mundial. O extermínio de judeus foi o culminar de um longo período de preparativos sistemáticos” dirigidos contra eles, perante a passividade dos povos livres, que assistiram à tragédia dos judeus sem intervirem. Segundo estatísticas publicadas pela Federação das Comunidades Judaicas da Roménia, dos 165.061 judeus que contava a Transilvânia do Norte no início de 1944, 151.190 foram deportados pelo regime de Miklos Horthy. Menos de 25.000 sobreviveram. Cerca de 250 mil judeus foram igualmente deportados pelo regime pró-nazi do marechal romeno Ion Antonescu. 

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