JORGE LAGE |
Falarmos, hoje de bom azeite em Mirandela, é quase como
dizermos que na doca de Leixões se compra boa sardinha. Só que no sector do
azeite há muita esperteza e se apregoa e vende gato por lebre. Com a grande
capacidade que há-de transformar a azeitona em «ouro da terra», só tem fraco
azeite quem não tem gosto no que faz ou é desonesto. Ainda há pouco tempo a
«DECO» (defesa do consumidor) denunciou uma marca de azeite caríssima que era
uma fraude. Por isso, hoje, o bom azeite extra-virgem de Mirandela e Valpaços
andará por uma graduação de acidez entre 0,2º e o 1º. É tão fino que alguns
habituados a azeite mais grosso duvidam da sua finura. Quando sou questionado
sossego-os e faço-lhes ver que o nosso azeite deu um grande salto qualitativo,
a fazer lembrar as envinagradas zurrapas de fracos vinhos de outrora para os
excelentes de hoje. E, certo é, que o azeite está a trilhar um percurso
paralelo ao do vinho fraco de outrora para o excelente dos nossos dias. Lembro,
ainda, que o azeite outrora, referenciado na Bíblia Sagrado, como produto
boticário, e hoje o seu consumo é sinónimo de comprar saúde. Por exemplo, o bom
azeite, em cru, ajuda a prevenir o cancro da mama e é uma bênção para o
aparelho digestivo. Recordo-me que na década de setenta, do século passado, o
melhor azeite da região era produzido pela sociedade Clemente Menéres e a
graduação era 0,2º de acidez. Este azeite era vendido para os hospitais de
Inglaterra. Hoje, devido à apanha precoce da azeitona, seguirá, na sua maioria,
para a Alemanha. Há muito poucas décadas que a COV (Cooperativa de
Olivicultores de Valpaços), que abrange os olivicultores de Mirandela e
Valpaços, passou a comercializar o seu azeite engarrafonado e engarrafado com a
marca «Rosmaninho». Antes, o azeite da COV era vendido a granel e a um preço
inferior. A COV ao engarrafar o azeite passou a gerar mais-valias para os
agricultores e a afirmar-se nos mercados nacional e internacional. Foi com
grande satisfação e orgulho que recebi a notícia de o «Azeite Rosmaninho
Premium», produzido pela COV, estar cotado entre os melhores azeites do mundo,
conquistando um honroso segundo lugar e classificado como «muito excelente».
Mas, na categoria qualidade-preço é imbatível e passou a constar no livro «FLOS
OLEI 2016», publicação italiana dos melhores azeites mundiais. Estão de
parabéns o técnico oleícola da COV, José Ventura, a COV, os olivicultores de
Mirandela e Valpaços e os dois Municípios, sendo que o Presidente de Mirandela
é a nível nacional dos que mais tem porfiado por elevar os azeites da nossa
região e como corolário o reconhecimento internacional do azeite «Rosmaninho».
Pode ser consultado em http://www.azeite valpacos.com/site/ ou pedido a
geral@azeite-valpacos.com, tel. (351)278711 e fax (351)278713534. As Casas Regionais
podem ajudar a promover este e outros produtos, é só aproveitarem o que fazem
Montalegre e Vinhais com as Feiras do Fumeiro.
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