Barroso da Fonte |
Na
última terça-feira soube-se que «Catarina Albergaria, vereadora responsável
pelo pelouro da Educação na Câmara de Lisboa desde novembro (quando foi
substituir Graça Fonseca, que saiu para o Governo), recrutou seis pessoas para
o seu gabinete por ajuste direto e com contratos até ao final do mandato
autárquico. Cinco dos seis assessores, passaram a ganhar entre 2.800 e os 3.500
euros. Mas o neto de Mário Soares, passou a desempenhar tarefas administrativas
e recebe 68.600 em dois anos, desde Dezembro de
2015. Mas o carro andou à frente dos bois, porque o Portal Base que
justifica a sua entrada só foi publicado em 27 de Janeiro. O agora assessor
cultural na CML é filho de João Soares, antigo presidente da Câmara e atual
ministro da Cultura. Na sua página do Facebook, o governante, mal soube que
este chorudo emprego já andava na imprensa, reagiu no Facebook à notícia,
nestes termos: "Saiu hoje no "Público", uma "noticia"
sobre o facto de um dos meus filhos, Mário Barroso Soares (30 anos), ter sido
contratado por uma vereadora da CML como seu colaborador. Quero sobre essa
matéria deixar claro que, embora sentindo-me feliz como pai, não tive a menor
interferência nesse processo de contratação. Os meus filhos não devem ter, por esse
facto, nem têm, nenhuma espécie de privilégios. Mas também não podem, por esse facto,
ser prejudicados. O senhor José António Cerejo, autor da referida peça "jornalística",
sabe até por via da forma obsessiva como de há uns anos a esta parte tem
seguido a minha vida publica e privada, que eu sou um homem sério. Que sempre exerci
de forma desapegada de interesses materiais, no plano pessoal, as funções públicas
que desempenhei e desempenho».
Na minha rua conheço
ninhadas de repetentes desses cursilhos que se sucedem uns aos outros e que
servem para os políticos, quando querem favorecer correligionários, alegarem
que optaram por este ou por aquele, por ter mais habilitações.
Antes
do atual governo entrar em funções, a esquerda revolucionária levantava esses
escândalos para ver quem primeiramente protestava no Parlamento. Agora a esquerda
radical ou entra e sai calada ou, apenas fala para agradar ao Chefe e aos
camaradas socialistas. A benemérita vereadora limitou-se a justificar que o
filho do ministro João Soares já fora assistente administrativo 4 anos na
Câmara da Amadora.
O
que isto significa é que «o pretenso pai» da democracia portuguesa, transformou
a Republica numa moderna monarquia na
qual a «Família Barroso Soares» leva através do Colégio Moderno, da Fundação,
do Orçamento Geral do Estado e do Orçamento Municipal de Lisboa «o couro e o
cabelo». Tão pouco se compreende que uma vulgar vereadora tenha competência
para se rodear do número de assessores que lhe apetece. Se a lei lhe confere
essa liberdade deverá ser revista porque é através desse processo sinistro que
a corrupção medra e se reproduz por geração espontânea. Uma espécie de mosquito
Zika!
Barroso da Fonte
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