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Jorge Lage |
4- Feiras tradicionais e a qualidade dos produtos expostos –
Nas várias visitas que fiz à Feira do Fumeiro de Vinhais, apercebi-me que havia
um momento alto, a divulgação dos prémios em prova cega. Eu próprio já
participei em alguns concursos gastronómicos com doces e pratos de castanhas,
em Portugal e na Galiza. Também, a nível de produtos do campo, as Direcções
Regionais de Agricultura são muito requisitadas para classificarem, por
exemplo, as maiores castanhas, nesta ou naquela região. Pena é que não se complemente
com outro do melhor sabor. Mas, os concursos de vinhos, com prova cega são os
mais divulgados. Isto para vos dizer, que quem compra este ou aquele produto em
feira tradicional ou temática gosta de saber o que leva. Há pouco tempo ao
provar uma das alheiras com mais fama (de Vinhais) «estava coma pilha»,
intragável. E disso deu conta à ilustre técnica responsável que concordou.
Também, é sabido que me tenho batido para que em Mirandela se promovam
concursos de alheiras, para se estimular o apuramento da qualidade e se dar
indicação a quem quer comprar. Mas a prova para concurso deve ser retirada de
um modo aleatório neste ou naquele lote e por categorias. Porque o fabricante
se sabe que tem de entregar enchidos para concurso vai fazê-los de um modo mais
apurado e os demais como sempre. Mirandela produz excelentes queijos
tradicionais que os malfeitores da União Europeia e os acólitos lusitanos
perseguem com ferocidade. Mas se um fabricante produz queijo para concurso é
capaz de ser diferente, em qualidade, do que faz habitualmente. Depois, numa
dezena de produtores de queijo ou de alheiras só um ou outro se submeter a
concurso e ser distinguido, apenas prova que um ou outro são de qualidade, mas
poderá haver outros iguais ou melhores. É importante promoverem-se e
estimularem-se concursos para que a qualidade seja o maior cartaz do que
produzimos.
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