segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Os dois Patifes!


As causas da crise que se atravessa são inúmeras. As mais profundas vêm do século XIX e de meio século de ditadura, as intermédias da Revolução de Abril com o Período revolucionário a culminar no conhecido PREC. Mas as mais recentes situam-se nas últimas duas  décadas, especialmente na última, a partir de 2005.
Depois de 25 de Abril de 1974, o país conheceu três períodos de “quase” bancarrota. Os dois primeiros compreendem-se pelas circunstâncias históricas. Estávamos muito próximos da “revolução”. O terceiro, mesmo com a crise internacional, e com a desregulação liberal dos mercados a partir dos anos 80 do século passado, não é justificável. Porque a questão é de valores. É da condição humana prevaricar, iludir, enganar e dissimular quando se tem oportunidade (ressalvem-se as excepções) de exceder o previsto na conta bancária. O dinheiro abre todos os caminhos! A forma de tornar estas derivas pontuais e excepcionais é tornar um Estado forte e regulador que não permita práticas de ocultação. Que foi o que sucedeu a partir de 2005.
Os casos do BPN, BES, Gold, Rendeiro, Duarte Lima e o dos médicos e enfermeiros (e outros) são vergonhosos. Num país decente nenhum deles teria evitado o ostracismo por dez anos como era costume na Grécia Antiga.
As coisas não ficaram por aí, da parte socialista foram condenados dois ex-ministros e um ex-primeiro ministro (caso único!). Armando Vara, condenado a cinco anos de prisão efectiva, chegou a Secretário de Estado, Ministro, Director Geral e Administrador da Caixa Geral de Depósitos (no caso público) e a banqueiro(!). Um caso apenas possível num país onde o predomínio mafioso é alarve! Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação na governação de José Sócrates, foi condenada a três anos e meio de pena suspensa por ter favorecido um grupo de amigos socialistas, em prejuízo da República (do Estado), ou seja, de todos. E para vergonha do país, o próprio José Sócrates (ex primeiro ministro) foi detido pela Justiça, encontrando-se preso em Évora.
É pois o caso socialista que nos transporta para 2005. A ascensão de José Sócrates é do conhecimento de todos.  Pedro Santana Lopes, sem razões aparentes, e nunca justificadas, foi demitido pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio (com o apoio de alguns energúmenos da área política do então primeiro ministro e dos papa açordas da “comunicação social”). O Governo de então, note-se bem, era legitimo, e não havia razão consubstanciada para que fosse demitido. A única razão foi o “querer” de uma determinada “elite” medíocre. Não estaríamos nesta situação se em 2005 Santana Lopes não tivesse sido apeado da governação, da forma que foi.
A demissão do então Primeiro ministro, originou a ascensão de José Sócrates. 
José Sócrates, pelo que hoje se sabe, mas que alguns já suspeitavam em 2005, e até antes, é um patife. E como tal rodeou-se de uma tralha que aos costumes nada dizem. Á qual pertence Maria de Lurdes Rodrigues.
Como é que Sócrates enganou alguns (os acólitos nunca foram ao engano) e manteve em silêncio tanta gente? Com as velhas técnicas Estalinistas ( e de outras seitas) - controlando a Justiça e a Educação.
O seu Ministro da Administração Interna já havia sido Ministro da Justiça em governação socialista anterior. Quem foi a sua primeira Ministra da Educação? A senhora que recentemente foi condenada pela Justiça.
Henrique Neto

No caso da Justiça, substituíram-se as Leis decentes por  uma “legislação” que permitia  prevaricar, iludir, enganar e dissimular. No segundo caso, a questão foi mais grave, porque a “legislação” escabrosa não se limitava apenas a prevaricar, iludir, enganar e dissimular. Incluía uma conduta ideológica (muito para além da do  PREC) inaceitável numa sociedade decente, semelhante à denunciada por Vassili Grossman, Sakarov ou Soljenitsine quando se referiram à antiga União Soviética. Aliás, Maria de Lurdes Rodrigues não escondeu, em entrevistas, as suas preferências anarquistas. Preferências que utilizou para o controle total através dos mecanismos da Administração Pública, impondo uma cultura cacique. É bom lembrar a entrevista de Henrique Neto, um histórico socialista, ao jornal “Negócios” em 2010. A dado passo diz-nos: “ José Sócrates, na última Comissão política do P.S., defendeu a necessidade das severas medidas assumidas pelo Governo, mas também disse que era muito difícil cortar na despesa do Estado porque a base de apoio do PS está na Administração Pública. Disse-o lá, e pediu para isso a compreensão dos presentes.” (sic).
E foi visível o ataque feito por José Sócrates aos Juízes e os de Maria de Lurdes aos professores. Os que têm memória curta, leiam as entrevistas desta senhora ao Jornal de Noticias e à revista Exame.
Se o país está como está, deve-se a estes dois patifes. Ao que está detido em Évora e à sirigaita que está condenada a três anos e meio de pena suspensa.
Quanto aos juízes, mais cedo do que tarde, poderiam fazer justiça (como aliás estão a fazer e bem), mas os professores não têm esse poder. E os que foram injustiçados, continuam a ser, sobretudo pelo “congelamento” da Carreira.
Num país decente, com um governo decente, esses erros estariam já corrigidos, porque um governo decente não se coibiria em mudar radicalmente a “legislação” estapafúrdia produzida por essa governação.
Por muito menos Francisco Sá Carneiro, corrigiu o que pôde num rasgo de inteligência. E só governou um ano. Mas também só ele estaria, em absoluto,  se fosse vivo, em condições de ganhar as legislativas em Outubro de 2015.


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