sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Tempo de assumir luta - Pedro Santana Lopes

                        

Pedro Santana Lopes
Estamos a um ano de eleições legislativas, foi eleito o novo líder da oposição, faltam duas semanas para ser entregue o Orçamento do Estado para 2015: está completo o quadro para que se declare aberta a disputa pela vitória nas próximas legislativas. Estivemos até agora numa realidade muito diferente, com a troika em Portugal até há poucos meses, com o estado de exceção económica e também social, e com as naturais inerentes limitações no livre funcionamento do sistema político. Por essas razões, quase se pode dizer que até agora nem Governo nem oposição podiam estar na ofensiva, ou seja, jogar ao "ataque".
O Governo passou estes três anos a explicar o que fazia e o que não podia fazer e o principal partido da oposição criticava e divergia até aos limites da responsabilidade das obrigações que assumiu quando estava no Governo, e também dos deveres gerados pela solidariedade com o projeto europeu e família política a que pertence. Agora, todos se vão soltar. António Costa entra no período pós-troika e não está, nem pouco mais ou menos, tão limitado como o seu antecessor para marcar as diferenças das políticas alternativas que queira apresentar. Por sua vez, o Governo está também consciente de que tem de abandonar a postura defensiva e justificativa a que teve de se remeter em todo este período.
Os partidos da coligação poderão criticar o que se passa em Lisboa, fruto das responsabilidades de António Costa no Município da capital, mas terão, sobretudo, de ser claros, determinados e afirmativos no que pensam das propostas que sejam feitas, ou que, pelo contrário, não apareçam por parte do PS para o futuro do País. E sobretudo terão eles próprios de mostrar o que pretendem para a próxima legislatura e aquilo que o seu eleitorado tradicional deve ponderar para renovar a confiança que lhes foi transmitida nas eleições de 2011. Neste mês de outubro de 2014, mais do que aquilo que ficou para trás, os portugueses querem saber aquilo com que podem contar por diante e com quem devem contar para o conseguir.
PS: No momento em que António José Seguro cessa funções, quero dedicar uma palavra ao seu trabalho enquanto líder do maior partido da oposição. Considero-o um homem sério e inteligente e um homem bom. Deu tudo o que pôde e, como português e como democrata, agradeço-lhe por isso. 


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