A propósito do actual conflito israelo-palestiniano, o Doutor
Rúben Serém, em artigo publicado no jornal Público (27 de Julho), alerta
para certos conflitos que alastram pelo Mundo, e a que a Comunidade
Internacional não tem dado a devida importância.
Os Xiitas[1],
uma minoria iraquiana, têm sido liquidados aos milhares por esse obscuro auto
proclamado Califado islâmico (ISIS). Ao mesmo tempo que são oprimidos no
Bahrain, no Iémen e na Arábia Saudita (a Meca da intolerância).
É ainda no Iraque que os Assírios[2]
(cujo último enclave é a planície da histórica Ninive, depois do genocídio
turco em 1915 – às populações assírias, arménias e gregas) e Yazidi, populações
autóctones, vivem sob o jugo muçulmano há séculos, desde a invasão árabe. Em
2007, por exemplo, cerca de 800 membros da minúscula comunidade Yazidi[3],
foram chacinados num único dia (14 de Agosto). Nenhuma voz de protesto se fez
ouvir na Europa. Também no Iraque, estão quase extintos os Mandeus[4]
e os Shabaks[5]. E
o que dizer dos Curdos, distribuídos por três países[6]?
Outra minoria ignorada e frequentemente hostilizada (com
linchamentos, etc.), é a comunidade copta[7]
do Egipto. O massacre de Maspero, em 2011, é um bom exemplo. Os coptas
sudaneses correm igualmente perigo de extinção. No Sudão, corre perigo
actualmente, a comunidade negra do Darfur, fustigada por Omar al-Bashir,
formalmente acusado de genocídio, e aolvo de um mandato internacional de
captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional em 2009. Sobre este caso, é
ensurdecedor o silêncio cúmplice da Liga Árabe!
A Grande Fome na Ucrânia - Genocídio Soviético |
No que respeita a anexações de território, é ainda alarmante o que
se passa com a auto proclamada República Turca do Chipre do Norte que,
desde 1974, tem menosprezado as resoluções da ONU.
Ainda ontem o Departamento Americano alertou para a perseguição religiosa nos quatro cantos do Mundo. Os países em que mais se nota são: República Centro Africana, Birmânia e a Síria (perseguição aos cristãos).
Armando
Palavras
[1]Comunidade muçulmana, cujas tradições islâmicas,
apenas são consideradas verdadeiras, as transmitidas através dos familiares de
Maomé.
[2]Individuo natural da antiga Assíria, na Mesopotâmia
(actual Médio Oriente – Iraque). O vocábulo aparece cedo nas citações bíblicas.
Um determinado Assurim, filho de Dadan, neto de Jacoan, bisneto de Abraão.
[4]Seguidor de uma religião gnóstica dualista que hoje
existe no Iraque e no Sul do Irão, que floresceu na Mesopotâmia, no século IV
A.C. (provavelmente de origem pré-cristã). Valoriza a fertilidade e o baptismo
e considera Jesus Cristo e o Espírito Santo forças maliganas.
[6]Iraque, Síria e Turquia.
[7]Denominação dada a um grupo de cristãos, com rito
próprio, dissidentes das igrejas romana e bizantina. Grupo de católicos que
mantém o antigo rito copta.
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