sábado, 5 de julho de 2014

Após a visita fugaz (Luanda)


COSTA PEREIRA
Portugal, minha terra.

Após a visita fugaz aos principais pontos cimeiros que nos dão pela cúpula uma imagem global de Luanda, agora havia que descer à base e sentir na pele a confusão que campeia pelas ruas de toda esta desordenada cidade. Depois, quem passa a noite a voar do aeroporto internacional da Portela, para o seu similar 4 de Fevereiro, certamente que farto de olhar para baixo está ele. Também o estômago começava a dar sinais de vida, e por isso há que procurar aonde almoçar. Para quem como eu visita a cidade pela primeira vez, o local a seleccionar tem que ser a Ilha de Luanda ou Ilha do Cabo, visto que foi ali que Luanda teve origem, e lá está a igreja do Cabo a testemunhar o facto. Para o efeito foi só tomar a direcção da marginal e penetrar na ILHA, que rigorosamente já se não pode considerar como tal, pois está ligada por terra a Luanda, e por isso é antes uma península.
Escolhida a zona preferida, ficou a cidade para trás, que vista do lado oposto se torna muito mais imponente. Na Ilha e antes de escolher onde abancar para o almoço, há que primeiro visitar o mais antigo templo de Angola, a igreja de Nª.Sª. do Cabo (1575), e percorrer a Ilha em toda a sua extensão (uns 7 ou 8 km) para depois no Clube Naval trocar o bom marisco por uma feijoada à moda do Porto.
Aqui deixo algumas imagens de um espaço que quando devidamente aproveitado em termos de turismo e lazer será mais um dos muitos locais privilegiados que Luanda tem para ofertar aos visitantes. Ora vejam:


O topo da Ilha, ao lado a cidade, e barra com os barcos de
grande porte à espera de oportunidade para carga ou descarga.


Ainda no topo da Ilha, onde para além do farol também
o asfalto recordam presença portuguesa ...


Farol da Ilha


Como este, muitos outros contrastes da Ilha:


Num destes bares, vizinhos do Farol tomei um aperitivo,
antes de almoçar


Barracas como esta são o espelho baço da Ilha e
da cidade







Este que foi um bom, e o primeiro, hotel da Ilha, está
assim! É um pouco a imagem actual não só de Angola, como
também a de Portugal.


Clube Naval da Ilha de Luanda









Os barquinhos...na baia.








Foto tirada do restaurante do Clube Naval, onde se
vê o Forte de São Miguel, que os "Filipes" de Espanha
mandaram fazer, e no qual se encontra instalado o Museu
das Força Armadas. Fica no morro antes da entrada na Ilha


(Clique nas imagens para aumentar)
A vida em Luanda, como em toda a terra angolana é
cara, eu diria mesmo, muito cara. Não se admirem por isso
que no fim do almoço e da visita à Ilha, tenha passado por um
supermercado da baixa para comprar produtos para um
jantar caseiro....Foi dito e feito.




Também este post mereceu comentários, e um deles foi a corrigir-me, assim: Sem querer "viajei" por Luanda com as suas fotos. Mas… li que o “Forte de São Miguel” foi mandado fazer pelos “Filipes” de Espanha. A FORTALEZA (e não forte...) DE S.MIGUEL foi mandada edificar – ISSO SIM - pelos portugueses em 1575, sendo sido a primeira fortaleza edificada em Angola, neste caso em Luanda.
Os espanhóis NUNCA tiveram a soberania de Angola! Escuso-me de contar a história pois existem milhares de sites na Internet que a contam, basta procurar os que são mais credíveis. Vivi 25 anos em Luanda e regressei devido à descolonização traumática que ocorreu devido ao golpe de estado de 25 de Abril de 1974, em Portugal, tendo regressado a este país na ponte aérea de 1975
”.
Ao mesmo, respondi, dizendo:Muito obrigado pela sua achega. Eu na altura apenas me ocorreu realçar o labor da nova construção dessa fortaleza que se diz ocorreu em 1634, portanto no reinado do Império da União Ibérica ou dos Filipes. Em face disso a minha confusão! E assim, não só ignorei o patriotismo de um Paulo Dias de Novais que pelos vistos em 1575 ordenou a fortificação daquele morro, como atribui a fortaleza a quem nunca dela foi senhor....Bem haja pela visita e reposição da verdade que nos é descrita como tal”.
Continua


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