Renovada glória do AVIZ
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| Virgilio Gomes |
Gostaria de ter tido a oportunidade de conhecer o mítico Hotel Aviz cuja inauguração ocorreu a 22 de Novembro de 1933. Foi um marco de luxo em Lisboa e uma data referência na Europa. Curiosamente na abertura aos quartos era dado o nome de reis e rainhas que pertenceram à dinastia de Aviz. No entanto, é após a II Guerra Mundial que o seu prestígio é mais evidenciado especialmente pelas figuras ilustres que por lá passaram. A imprensa tratou muito bem a sua abertura. O Diário de Lisboa referia que os hóspedes teriam “aposentos do mais cuidado bom gosto e do mais exigente conforto.” O Diário de Lisboa Ilustrado ia mais longe e considerava o hotel como “Um Monumento Nacional”. O filho Nubar do seu mais ilustre hóspede, Calouste Gulbenfian, escreveu que: “Era de facto um local fantástico que fazia lembrar Hollywood… havia duas vezes mais criados que hóspedes.” Mais tarde, em 1950, a revista Life considerava-o como o “mais sumptuoso hotel” no mundo. Não vou aqui enumerar os clientes ilustres desta casa, mas referir que o chefe de cozinha mais famoso do século XX foi João Ribeiro que entrou para o hotel em 1934 e assumiu a chefia logo em 1936. Foi a sua cozinha que marcou a imagem do seu restaurante que após encerramento do hotel continuou com os seus pratos históricos em instalações do Chiado, Amoreiras e Estoril.
O restaurante AVIZ está agora integrado no novo Hotel Aviz, e retomou a prática de apresentar algumas das receitas com história, além de apresentar umas sugestões contemporâneas inspiradas, muitas vezes, em pratos que fizeram parte da glória do antigo Aviz. Ao chefe Cláudio Pontes, compete agora a conceção e execução das novas propostas que executa grande rigor culinário, e dando-lhes uma versão moderna consistente. Um excelente trabalho que merece a prova de quem gosta de bem comer.
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