Espremido, o artigo de página de
Óscar Mascarenhas, não deita nada. Mas que vomita veneno, lá isso vomita.
Veneno e ódio, daqueles institucionalizados no dia 5 de Setembro de 1918 pelo
decreto “sobre o terror vermelho”.
Destemperado, Óscar escreve uma
quantidade de linhas para o insulto soez ao Ministro Poiares Maduro e ao
Secretário de Estado Pedro Lomba (mas com uma pontinha a toda a gente social
democrata, desde logo ao Presidente da República e a Rui Machete). E tudo por
causa de duas questõezinhas que nem ao diabo lembrava. Mas lembrou a Óscar (e a
outra gente que anda no mesmo meio do Diário).
Então que questões são essas?
1 – O facto dos briefings não serem como em Inglaterra;
2 – O facto do Ministro Poiares
Maduro ter dito aos jornalistas qual o tipo de perguntas que deveriam ou não
fazer (nos briefings!).
E estas duas questõezinhas deram
origem a um arrazoado de insultos desde o epíteto de aldrabões (para a
primeira), ao de fascistas (para a segunda).
Um dia, há largos anos, quando
Francisco Sá Carneiro iniciou a fundação do Partido Social-democrata, disse em
entrevista (que não temos à mão, mas temos na memória) que iria fundar um
partido Social-democrata à dimensão do nosso país. Foram mais ou menos, estas
as suas palavras. E tinha (e teve) toda a razão. Num Portugal rural, macambúzio
(palavras de Guerra Junqueiro) e pequeno seria, de todo impossível pôr em
prática uma social-democracia nos mesmos moldes dos países nórdicos. Sá Carneiro,
com a inteligência que se lhe reconhece, tratou de adaptar a ideologia às
condições do país. O mesmo não fez a esquerda portuguesa, incluindo o partido
socialista, e por essa razão vamos já em três bancarrotas. Quase uma por década
como no século XIX!
Ora o que Poiares Maduro e Pedro
Lomba fizeram (e bem), referindo-nos ao primeiro ponto, foi adaptar os briefings ao país que temos.
Chamar-lhes aldrabões por isso, é percorrer um caminho muito perigoso em termos
sociais. A arrogância não é boa conselheira. Porque é estúpida.
Quanto ao segundo ponto, vamos
com mais calma. Parafraseando Óscar: Mas quem é ele? Ele, Óscar! Óscar, ao que
parece, já deu aulas a alunos que já devem ser catedráticos, não sabe o que é
um plano de aula? Se o plano está orientado para falar de alhos, porque razão há-de
alguém perguntar por bugalhos?
Foi isso que o Ministro Poiares
Maduro transmitiu aos jornalistas: que perguntassem sobre o assunto a informar
no briefing.
Então isto é ser fascista? Por
essa ordem de ideias, todos os professores deste país eram fascistas!
Apetece perguntar: Onde estava Óscar
entre 2005 e 2011?
Armando Palavras
Post-scriptum
Nem vamos perder tempo a
escrutinar em que qualidade Óscar Mascarenhas escreveu o artigo. Se como
provedor do leitor, se como jornalista, ou “homem de opinião”. Claro que foi
como provedor. E ao escrevê-lo nessa qualidade, ultrapassou, em muito, as suas
funções. Esta sim, é uma conduta fascizante! Melhor dizendo, estalinista!
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