As mulheres tiveram sempre uma
importância incomensurável na nossa vida. Da avó, à mãe, à irmã, às tias,
primas e amigas, todas elas preencheram um espaço importante na nossa
existência. Nunca as definimos ideologicamente, mas quando tal, notamos uma
enorme diferença entre as mulheres sociais-democratas e as outras. Aquelas são
mais transparentes, mais genuínas; as outras, mais espertas. Mais espertas
porque enredam, enredam, enredam, e mandam uma farpa. Tornam a enredar e a enredar,
e mandam outra. Só com perspicácia se percebem as farpas no meio do enredo.
Vem isto a propósito do último
artigo no jornal Público (4 de Agosto
de 2013), intitulado “Era glorioso enriquecer”, de autoria de Teresa de Sousa.
Opinar é uma coisa, julgar é
outra. E fazer análise politica séria é outra. Não vamos, como é óbvio,
esmiuçar o artigo, mas vamos tocar nos pontos que nos parecem cruciais e
injustos. Porque a análise parte de pressupostos errados (embora subtilmente
bem orquestrados), tentando a defesa de uma ideologia, que é a do Partido
Socialista (sem tirar nem pôr).
Todo o artigo é um ataque mordaz
(mas subtil) ao Partido Social-democrata. Sem fundamento, acrescente-se. Começa
por fazer alusão à “era cavaquista” atendendo à “missão histórica” da nova
linha dos “jovens turcos”. E aqui está subjacente uma farpa velada ao
Primeiro-ministro.
Mas a menção à “era cavaquista”
está na farpa pessoal (e ignóbil, diga-se) que estende ao Presidente da
Republica, no que respeita ao BPN: “Uns, como o Presidente da República,
limitaram-se a encontrar uma forma fácil e rápida de ganhar dinheiro”. Em
parênteses dá um puchãozinho de orelhas ao PS. Referindo-se depois aos swap e
às PPP enreda pela hipocrisia e a mediocridade que tem caracterizado o
“comentário” nacional. E num artigo de página faz uma única vez referência a
José Sócrates.
Pois bem, quer a senhora queira,
quer não queira, a “era cavaquista” foi o período dourado da nossa actual
democracia. Seja em termos económicos, seja em termos sociais. Nunca o país, em
democracia, viveu um período de prosperidade equivalente; o desemprego que
atingia os 500 mil desempregados (um assombro para a época!), em três anos foi
reduzido a zeros; os lugares da Administração que vinham da anarquia comunista
e dos interesses socialistas foram ocupados pelos melhores (e não pelos que
tinham “aptidão necessária”), e por aí adiante.
Que o então Primeiro-ministro
tenha feito opções que não agradaram a muita gente, isso é questão ideológica,
mas que se bateu por um país melhor, ninguém o pode negar. Só uma certa
burguesia urbana o contesta. O cidadão que labutou, se esforçou, só tem que lhe
agradecer. Aliás, foi sempre esta burguesia hipócrita que nunca pôde com o
“algarvio” (como o trata), que o tentou sempre ridicularizar e humilhar, à
semelhança dos regimes totalitários! Temos bem na memória o caso das obras do
seu apartamento quando era Primeiro-ministro. Num país decente, o autor da
mesma tinha ido para a prisão. E essas suspeitas infundadas como então se
provou, estão na mesma linha das que levanta agora Teresa de Sousa sobre a
“forma de ganhar dinheiro” (que é uma forma sub-reptícia de dizer
enriquecimento) – que se sustentaram nas poupanças do então Professor
Catedrático!
É crime “fazer um pé-de-meia”
como diz o povo?
Não se pode dizer tudo o que nos
apetece. Sobretudo numa frasezinha subtil. Mas que é desta forma que se “mina”
a credibilidade das pessoas[1]. Se o
dissermos teremos de o provar. Porque as pessoas têm o direito à defesa do seu
bom-nome. E demasiado bom tem sido o Presidente da República que tem tolerado
as maiores alarvidades aos maiores energúmenos.
O Presidente da República já
mostrou para quem quis ver, o dinheiro que ganhou nessas acções. Porquê
insistir em patranhas?
Não há quem ponha cobro a estas
aleivosias? Foi esta uma das formas que levaram gente como Hitler e Estaline ao
poder! E já agora, no caso português, gente como José Sócrates!
Quanto aos swap, foram todos
negociados quando José Sócrates tutelava o país. Quem tutelava as empresas? Se
o país se encontra na miséria em que se encontra, deve-o à governação de
Sócrates (que a autora do artigo apenas refere uma vez). A história da
governação socialista de José Sócrates ainda está por fazer. Mas já se conhece
uma enormidade de patifarias, semelhantes, em muito, às praticadas pelos regimes
totalitários!
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=72379 |
Teresa de Sousa que faz análise
politica séria internacional, devia fazer o mesmo para a política caseira.
[1] A gente de esquerda (se é
que em Portugal existe alguma esquerda decente) sabe como isso se faz. Isso e
muitas outras coisas que arruínam a vida de pessoas decentes.
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