terça-feira, 6 de agosto de 2013

A glória de enriquecer de Teresa de Sousa


As mulheres tiveram sempre uma importância incomensurável na nossa vida. Da avó, à mãe, à irmã, às tias, primas e amigas, todas elas preencheram um espaço importante na nossa existência. Nunca as definimos ideologicamente, mas quando tal, notamos uma enorme diferença entre as mulheres sociais-democratas e as outras. Aquelas são mais transparentes, mais genuínas; as outras, mais espertas. Mais espertas porque enredam, enredam, enredam, e mandam uma farpa. Tornam a enredar e a enredar, e mandam outra. Só com perspicácia se percebem as farpas no meio do enredo.

Vem isto a propósito do último artigo no jornal Público (4 de Agosto de 2013), intitulado “Era glorioso enriquecer”, de autoria de Teresa de Sousa.

Opinar é uma coisa, julgar é outra. E fazer análise politica séria é outra. Não vamos, como é óbvio, esmiuçar o artigo, mas vamos tocar nos pontos que nos parecem cruciais e injustos. Porque a análise parte de pressupostos errados (embora subtilmente bem orquestrados), tentando a defesa de uma ideologia, que é a do Partido Socialista (sem tirar nem pôr).

Todo o artigo é um ataque mordaz (mas subtil) ao Partido Social-democrata. Sem fundamento, acrescente-se. Começa por fazer alusão à “era cavaquista” atendendo à “missão histórica” da nova linha dos “jovens turcos”. E aqui está subjacente uma farpa velada ao Primeiro-ministro.

Mas a menção à “era cavaquista” está na farpa pessoal (e ignóbil, diga-se) que estende ao Presidente da Republica, no que respeita ao BPN: “Uns, como o Presidente da República, limitaram-se a encontrar uma forma fácil e rápida de ganhar dinheiro”. Em parênteses dá um puchãozinho de orelhas ao PS. Referindo-se depois aos swap e às PPP enreda pela hipocrisia e a mediocridade que tem caracterizado o “comentário” nacional. E num artigo de página faz uma única vez referência a José Sócrates.

Pois bem, quer a senhora queira, quer não queira, a “era cavaquista” foi o período dourado da nossa actual democracia. Seja em termos económicos, seja em termos sociais. Nunca o país, em democracia, viveu um período de prosperidade equivalente; o desemprego que atingia os 500 mil desempregados (um assombro para a época!), em três anos foi reduzido a zeros; os lugares da Administração que vinham da anarquia comunista e dos interesses socialistas foram ocupados pelos melhores (e não pelos que tinham “aptidão necessária”), e por aí adiante.

Que o então Primeiro-ministro tenha feito opções que não agradaram a muita gente, isso é questão ideológica, mas que se bateu por um país melhor, ninguém o pode negar. Só uma certa burguesia urbana o contesta. O cidadão que labutou, se esforçou, só tem que lhe agradecer. Aliás, foi sempre esta burguesia hipócrita que nunca pôde com o “algarvio” (como o trata), que o tentou sempre ridicularizar e humilhar, à semelhança dos regimes totalitários! Temos bem na memória o caso das obras do seu apartamento quando era Primeiro-ministro. Num país decente, o autor da mesma tinha ido para a prisão. E essas suspeitas infundadas como então se provou, estão na mesma linha das que levanta agora Teresa de Sousa sobre a “forma de ganhar dinheiro” (que é uma forma sub-reptícia de dizer enriquecimento) – que se sustentaram nas poupanças do então Professor Catedrático!

É crime “fazer um pé-de-meia” como diz o povo?

Não se pode dizer tudo o que nos apetece. Sobretudo numa frasezinha subtil. Mas que é desta forma que se “mina” a credibilidade das pessoas[1]. Se o dissermos teremos de o provar. Porque as pessoas têm o direito à defesa do seu bom-nome. E demasiado bom tem sido o Presidente da República que tem tolerado as maiores alarvidades aos maiores energúmenos.

O Presidente da República já mostrou para quem quis ver, o dinheiro que ganhou nessas acções. Porquê insistir em patranhas?

Não há quem ponha cobro a estas aleivosias? Foi esta uma das formas que levaram gente como Hitler e Estaline ao poder! E já agora, no caso português, gente como José Sócrates!

Quanto aos swap, foram todos negociados quando José Sócrates tutelava o país. Quem tutelava as empresas? Se o país se encontra na miséria em que se encontra, deve-o à governação de Sócrates (que a autora do artigo apenas refere uma vez). A história da governação socialista de José Sócrates ainda está por fazer. Mas já se conhece uma enormidade de patifarias, semelhantes, em muito, às praticadas pelos regimes totalitários!

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=72379
Dos “casos” nem é bom lembrar porque são tamanhos e coube à justiça esmiuçá-los. Quanto à política (à análise), num escrito como este, publicado desta forma, cabe-nos apenas dizer que a sua governação foi perversa (para não utilizarmos termo ofensivo). Perverteram-se valores, comportamentos e formas de vida. Desestruturou-se a sociedade, “legalizou-se” a patifaria, perante o acabrunhamento daqueles que à época poderiam ter impedido a queda do país para o abismo onde se encontra. Mas que agora, perante um governo que procura salvar o país da bancarrota, se atiram ao ar para serem ouvidos! Triste sina a deste jardim!

Teresa de Sousa que faz análise politica séria internacional, devia fazer o mesmo para a política caseira.







[1] A gente de esquerda (se é que em Portugal existe alguma esquerda decente) sabe como isso se faz. Isso e  muitas outras coisas que arruínam a vida de pessoas decentes.




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