Virgilio Gomes |
Já não são novidade as minhas reflexões sobre o que se
considera comida portuguesa no estrangeiro, as suas dificuldades, as suas
teimosias, e a irreverente desinformação que tal provoca aos consumidores
locais. Por vezes, quando têm a oportunidade de vir a Portugal e frequentam
restaurantes se encontram baralhados pois, os pratos que conheceram no
estrangeiro, nem sempre correspondem à tradicional forma de confeção em
território luso.
Comecemos pelos produtos. Nem sempre os produtos locais
coincidem em qualidade e sabor aos produtos portugueses. É errado insistir em
receitas cujos produtos não se assemelham, sequer, aos nossos. Não vale a pena
tentar confecionar “Carne de Porco à Alentejana” quando não há ameijoa. Não
vale fazer “Bacalhau à Zé do Pipo” quando se retira a maionese, e se substitui
por claras em castelo. Não vale inventar um “Bacalhau à Transmontana” gratinado
com molho Bechamel, … Seria longo o citar de exemplos do que não se deve fazer
em restaurantes portugueses pelo Mundo. Mas não há só exemplos pela negativa.
Felizmente encontramos, também, bons exemplos e bom trabalho de alguns. Claro
que, voltando aos produtos, Portugal tem categoricamente “o melhor peixe do
Mundo” não sendo fácil chegar a todas as localizações pretendidas. Certo é que
grandes chefes de cozinha de Nova Iorque a Paris, conseguem obtê-lo apesar de
ser a um preço elevado, mas a sua qualidade compensa-os no resultado final. O
bom é convidar todos a comer peixe em Portugal.
Algumas saudades do conforto à mesa:
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