sábado, 26 de janeiro de 2013

Autores Transmontanos (7)




Gente da Minha Terra/ Histórias Selvagens

Nas suas narrativas, António Passos Coelho (n. 1926),  conclui depressa dizendo tudo. É breve. Característica dos grandes narradores, lê-se em Walter Benjamin.
Ora como nos lembra Walter Benjamin, o mais importante critico literário alemão do período entre guerras, esta forma breve de escrita, e a tendência para assuntos de interesse prático, como característica de muitos narradores natos, “tem a ver com a verdadeira essência da narrativa” (Sobre Arte, Técnica, Linguagem e politica, 1992).
Na verdade, António Passos Coelho, seguindo o pensamento de Benjamin, é um dos últimos narradores. Porque acumulou experiência, e é ela a fonte onde todos os narradores vão beber.
Lesskov, que na opinião de Tolstoi era um dos maiores narradores russos, viajou por toda a Rússia como representante de uma firma inglesa. Teve assim oportunidade para desenvolver nas suas narrativas temas diversos. Com António Passos Coelho, aconteceu o mesmo. Ao longo da sua já extensa vida, viajou por dentro e por fora do país.
A narrativa, contém em si, oculta ou abertamente, uma dimensão utilitária, que pode consistir num ensinamento moral, outras vezes numa instrução prática, e ainda nalguns casos num ditado ou norma de vida. O narrador é sempre alguém que sabe dar conselhos, utilizando a sua narrativa com objectivos didácticos, como Brecht fez com as suas peças de teatro, diz-nos Benjamin, para quem, o fundamental da narrativa, a sabedoria, estava a morrer. Nestes contos confrontamo-nos com tudo isto.
Estes contos narram episódios da sua vida passados na sua aldeia natal, Valnogueiras, no concelho de Vila Real.




 
D. Afonso Henriques – 900 anos – 1111-2011

No primeiro parágrafo da nota introdutória pode ler-se: “ Este livro não pretende ser mais uma História de Portugal. Pretende apenas e só travar excessos ficcionistas que em 2009 ridicularizaram a historiografia Portuguesa, baralharam a opinião pública e adensaram dúvidas onde elas já eram excessivas e quase irredutíveis”.
Na verdade, o seu autor, neste denso volume, trata da polémica levantada em 1990 por Almeida Fernandes: a construção de uma alternativa à data que a tradição aponta para o nascimento de Afonso Henriques. Que foi defendida no seu livro “Viseu, Agosto de 1109, Nasce D. Afonso Henriques”. Contrariando a data de 1111 e o solo vimaranense como berço do primeiro rei de Portugal.
Barroso da Fonte (n. 1939, Montalegre), contrapõe, neste livro, com fundamentos poderosos a “invectiva” de Almeida Fernandes, defendendo a tradição.


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