Por: Costa Pereira
Não para me alojar no Hotel Polana, desde sempre dos mais luxuosos e caros de Maputo (*****), mas sim para visitar a igreja de Santo António da Polana que sabia, de ouvido, fora projetada pelo Arq. Nuno Craveiro Lopes, e construída em 1962. De modo que troquei, nesse dia, a visita ao Aeroporto e bairro da Mafalala, por uma meia tarde bem passada a percorrer o aristocrático bairro da Polana e só fiquei com pena de numa das ruas vizinhas da igreja me terem impedido de tirar fotografias só porque o PR de Moçambique, a Graça Machel e o Nelson Mandela têm ali suas luxuosas mansões. Como em Portugal nem no tempo de Salazar era proibido tirar fotos na via publica, fiquei muito admirado. Mas eles lá sabem porquê….
De regresso, vindo do lado do Aeroporto, pela rotunda dos heróis da independência, tomei mais adiante, virando à esquerda, a avenida que me conduziu ao bairro da Polana.
No curto trajeto pude aperceber-me do contraste que marca a diferença onde as desigualdades sociais são gritantes. Mas tudo isto se deve a uma questão cultural que só com escola, bons metres e fraternidade as novas gerações um dia hão-de eliminar.
Numa das ruas do bairro, fica a residência presidencial, onde tirar fotografias se não pode fazer. Eu por ignorância da lei sujeitei-me a ficar aqui… sem máquina.
Mas valeu para marcar as diferenças, assim: no jardim ou adro da igreja de Santo António da Polana, um molde do templo, em cimento, que adorna o espaço fez-me parar e refletir no tipo de comportamento que encontrei em meia dúzia de metros percorridos entre essas duas ruas vizinhas. Numa, só porque uns pobres mortais por lá terem residência se não é livre de colher imagens; e outra, onde Jesus, o Filho de Deus Vivo, tem sacrário a liberdade é plena. Vaidades humanas, só vaidades!
Coincidindo com a criação da Paroquia de Santo António, em Julho de 1962, a igreja de Polana festejou este ano o seu quinquagésimo aniversário que foi solenemente assinalado, no passado dia 8 de Julho, com uma solene eucaristia presidida pelo cardeal D. Alexandre Maria dos Santos, onde para além de muitos fieis anónimos, a presença da Ministra da Justiça, Benvinda Levi, em representação do Chefe do Estado, o presidente do Município de Maputo, David Simango e a governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama se fizeram notar.
O momento prestou-se não apenas para falar de Fé e de Paz entre os homens, mas também de carências que afetam o bom desempenho da missão social e evangelizadora da Igreja Católica. Como ali lembrou o pároco, frei Amaral Bernardo, sacerdote franciscano, referindo-se à infiltração de águas no topo do edifício, bem como da urgência em substituir vidros, soalho e ladrilho já muito danificados. Ao apelo prometeu corresponder com a sua contribuição, o sr. presidente do Município de Maputo, David Simango, padrinho do Jubileu da igreja, como também na sua intervenção a Ministra da Justiça, Benvinda Levi, recordou “que a igreja da Polana é um símbolo patrimonial da cidade de Maputo”. E não é favor dizê-lo, dado que foi o ex-presidente da Republica, Joaquim Chissano quem a seu tempo reconheceu: “A Igreja Católica teve um papel importante no esfriar das emoções entre todos os grupos, pois nesta guerra lutaram irmãos que mataram irmãos, filhos que mataram os pais e pais que mataram os filhos. O que a nossa sociedade necessitava era de reconciliação”( in a VV, de 28/10/12).
O momento prestou-se não apenas para falar de Fé e de Paz entre os homens, mas também de carências que afetam o bom desempenho da missão social e evangelizadora da Igreja Católica. Como ali lembrou o pároco, frei Amaral Bernardo, sacerdote franciscano, referindo-se à infiltração de águas no topo do edifício, bem como da urgência em substituir vidros, soalho e ladrilho já muito danificados. Ao apelo prometeu corresponder com a sua contribuição, o sr. presidente do Município de Maputo, David Simango, padrinho do Jubileu da igreja, como também na sua intervenção a Ministra da Justiça, Benvinda Levi, recordou “que a igreja da Polana é um símbolo patrimonial da cidade de Maputo”. E não é favor dizê-lo, dado que foi o ex-presidente da Republica, Joaquim Chissano quem a seu tempo reconheceu: “A Igreja Católica teve um papel importante no esfriar das emoções entre todos os grupos, pois nesta guerra lutaram irmãos que mataram irmãos, filhos que mataram os pais e pais que mataram os filhos. O que a nossa sociedade necessitava era de reconciliação”( in a VV, de 28/10/12).
Embora com meio século em cima, a igreja da Polana, com certas semelhanças à catedral de Brasília, continua sendo uma construção modernista a honrar a arquitetura portuguesa, e o bom nome de Portugal.
O teto com a sua forma de flor invertida dá ao templo a beleza e originalidade que o torna também popularmente conhecido por “espremedor de limões”
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