terça-feira, 11 de setembro de 2012

Regresso a Quelimane

Por: Costa Pereira

Como já disse, estas casinhas em madeira, os bungalows, não têm paredes, permitido que através das vidraças se possa observar o exterior à volta. Ideal para quem quiser apreciar a fauna noturna que ali se movimenta, aves, macacos e borboletas são o principal recheio. O figurino diurno é outro e no terreno é que se aprecia, o da minha manhã de 17 de Julho em Catapú foi com o sol a refletir no telhado e o cantar dos pássaros madrugadores. Ainda não eram 06h e já eu, fora desta casinha que me foi destinada para pernoitar, andava em passeio matinal pelo interior do parque. Um encanto !

Como as casinhas de pernoita também o restaurante é sem paredes, conferindo ao espaço o verdadeiro sentido e significado de "ecolodge por excelência". Rodeado de arbustos e plantas valiosas, espaços para descansar, ler ou estudar comodamente, o silencio, ali, só a chilraria dos pássaros nas árvores e nos bebedouros vizinhos é de vez enquanto harmoniosamente quebrado. Aqui tomamos o pequeno almoço do dia e com as malas prontas aguardamos que da sua casinha chegassem as minhas companheiras de viagem.

Para memória fica uma foto de duas portuguesas a ladear uma árvore de Pau-Preto, em crescimento, que faço acompanhar por uma revelação atribuída ao concessionário James White que por oportuna transcrevo: " O nosso parceiro é a população que faz a plantação de árvores nativas nas comunidades onde depois de quatro anos de sobrevivência da espécie nós pagamos algum dinheiro como simples incentivo". Uma forma didática, digo eu, de moldar mentalidades e proteger espécies da flora e da fauna africana em perigo de extinção. Isto não são chinesices....é sobretudo prestar socorro ao património ecológico de Moçambique. E eram 10:00h em ponto quando com saudades estávamos a deixar o lodge de regresso a Quelimane.
 
 
 
 
16minutos depois, estávamos atravessar a linha do ramal Beira/Sena, trocando o distrito de Cheringoma pelo de Caia.
 
 
 
 
 

 
 
 
E às 10:32h,  já em Caia, junto da portagem da ponte, para deixar a província de Sofala e voltar à da Zambézia.
 
 
 

 
 
 
 
Atravessada a ponte sobre o rio Zambeze, no sentido sul - norte, de novo se deu entrada em território da Zambézia.
 
 
 
 
 
 

 
 
 
Ao longo da estrada a objetiva vai captando recordações como esta, de casinhas onde se vendem produtos da lavra regional.
 
 
 
 
 

Também no percurso, deparamos, a certa altura, com uma tabuleta indicando que algo ali existia a merecer visita. Fomos ver! Uma árvore enorme e à sua volta um espaço muito bem cuidado; e em telheiro, junto ao tronco, a explicação, em letras garrafais,  do porquê do convite à visita, e da preciosidade a visitar, assim:
" Nome Cient. - Khya Nyasica
Nome Local - Umbaua-Moogano
Idade + ou - 250 Anos
Altura - 42 m/24 cm
Diâmetro de Base - 2, 83metros".

 
Ás 12:30h estávamos a passar pelo centro de Niocuadala, vindos da floresta por trajeto onde os coqueiros, a mandioca, as palmeiras e bananeiras abundam e são o enfeite das machambas vizinhas da estrada. E logo, pouco depois, às 13:15h, eis-nos a escolher mesa no Restaurante - Pizaria da Estação para almoçar, onde como não sou apreciador desse prato italiano, optei por camarão que em Quelimane é ao preço da sardinha em Portugal,  quando  era paga em  escudos.



Sem comentários:

Enviar um comentário

Poucos mas bons (o combate ao tráfico de escravos)

  A Marinha Portuguesa teve um destacado historial de combate ao tráfico de escravos ao longo do século XIX. Poucos, mas Bons – Portugal e...