VEJAM O VIDEO http://www.youtube.com/watch?v=7HuWL0YX7dY&feature=player_embedded |
José Gomes Ferreira, comentador da TVI que muito apreciamos, numa
entrevista recente a Clara de Sousa, aborda, de novo, a questão das PPP. Assunto aliás, já comentado pelo
Juiz Carlos Moreno, pelo Professor Domingos Ferreira e por tantos mais
como Medina Carreira.
Esta questão que não é demais
lembrar, é a maior causa da bancarrota
do País. José Gomes Ferreira ataca o problema nas várias vertentes. Indica os
culpados. Mas na sua critica está implícita a “conivência” de outras
instituições, como a Presidência da República. E aqui é que o comentador falha,
porque ao fazer essa referência confunde o ouvinte. E porquê? Porque a crítica
ao Presidente da República não é objectiva. É uma crítica supérflua. Objectiva
é a crítica que faz ao órgão decisório – o governo
de então.
Vejamos. Em 2007 estava o
consulado de Sócrates no auge da popularidade. O Presidente não podia “tugir
nem mugir”, como diz o adágio. A loucura legislativa era "patológica"; o estado de sítio “estalinista” (como então lembrava
Vasco Pulido Valente) estava implantado, porque nessa altura pensavam que iriam governar durante, pelo menos, duas legislaturas.
Ao presidente restava promulgar
sem levantar muitas ondas. Contudo, como diz Gomes Ferreira, o documento levantou-lhe dúvidas. O que fez este?
Diz Gomes Ferreira que pediu explicações.
Mas que depois o promulgou.
Pudera! Se o não promulgasse ia
de novo à Assembleia e era votado e aprovado pela maioria governamental. Tanto
fazia que o Presidente o promulgasse, como não! Lembramos Gomes Ferreira que
até essa data já havia acontecido situação idêntica (o presidente não
promulgou, foi à Assembleia e foi, de novo, aprovado pela maioria governamental)
e que depois dessa data aconteceram, pelo menos, duas situações semelhantes. E lembramos-lhe ainda que nessa altura, quando ao Presidente o documento levantou dúvidas, não apareceu ninguém (dos comentadores responsáveis, aos senadores do regime) a apoiá-lo, a darlhe força. Bem pelo contrário. Mas este tipo de análise ficará para futura ocasião.
Portanto, querer “meter no mesmo
saco” o Presidente e o órgão de decisão (Governo) é confundir as pessoas.
Tirasse-o Gomes Ferreira da entrevista e diríamos que esta era excelente.
Ao colar o Presidente aos verdadeiros responsáveis é querer que “tudo
fique na mesma” como nos diz Dom Fabrizio n’O
Leopardo, de Lampedusa; que os verdadeiros responsáveis não sejam
punidos, que a opinião pública se não pronuncie.
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