Um grupo de
escritores luso-americanos, de várias gerações, dá hoje (ontem, 12) em Newark,
Estados Unidos, novo passo para estabelecer um fórum regular sobre a literatura
luso-americana, que querem divulgar na comunidade e em Portugal.
"Ler na
Ferry Street", [ Ler na Ferry Street/Portuguese Readings on Ferry Street Estados UnidosEm cache] o encontro de Newark em que irá participar o escritor
português José Luís Peixoto, segue-se a um recente, em Chicago, e visa
"dar voz" aos autores e ao seu conhecimento entre si, "consolidando
a tradição literária luso-americana", disse à Lusa o organizador, o
professor universitário Luís Gonçalves.
"Há um
fervilhar grande, eles têm publicado bastante em antologias, revistas
especializadas de poesia e prosa e algumas publicações comunitárias, mas é
preciso que continuem a escrever e só vão continuar a fazê-lo se houver um
espaço em que tenham voz", afirma o académico da universidade de
Princeton, Nova Jérsia.
O risco, afirma,
é que o "'mainstream' norte-americano absorva" estes escritores,
perdendo-se o "vínculo" à comunidade luso-americana, cujas histórias
têm vindo a passar ao papel, em romances, poemas ou crónicas.
ferrystreetsing |
Além do
convidado José Luís Peixoto, cinco autores luso-americanos irão ler excertos de
obras suas: Glória de Melo, Oona Patrick, Luís Pires, Ana Sofia Paiva e Carlos
Queirós, que está na fase final da escrita de um romance passado exatamente na
Ferry Street.
O encontro será
transmitido em direto pela internet através do site do Arte Institute e, depois
de uma sessão de perguntas e respostas, haverá ainda música pela tuna do
Instituto Superior Técnico, de Lisboa.
A seguir a
Newark, Luís Gonçalves pensa já num evento semelhante em Boston, nordeste dos
Estados Unidos, noutro na Califórnia e mesmo numa forma de juntar as três
comunidades literárias em tempo real.
"Ideal
seria, usando as novas tecnologias de informação, conseguir fazer um evento que
fosse nas três comunidades, ao mesmo tempo, fazer o evento em comum",
disse à Lusa o académico português
Outro momento de
afirmação para esta "geração de escritores desconhecida em Portugal"
será a nova edição, em julho, do programa internacional literário promovido em
Lisboa pela editora norte-americana Dzanc, com apoio da Fundação
Luso-Americana, com o objetivo de intensificar a criação de uma rede entre esta
comunidade literária e o meio literário português.
Para o
académico, esta "escola" literária luso-americana tem como
caraterísticas uma "diversidade muito grande, unida pela ligação à
imigração portuguesa".
"Há uma
temática muito forte da imigração, história familiar, sacrifício dos
pais", afirma.
Artigo Parcial
por LusaOntem
in: D.N. Artes
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