quarta-feira, 13 de junho de 2012

Escritores luso-americanos lançam fórum literário nos EUA ("Ler na Ferry Street")




Newark

Um grupo de escritores luso-americanos, de várias gerações, dá hoje (ontem, 12) em Newark, Estados Unidos, novo passo para estabelecer um fórum regular sobre a literatura luso-americana, que querem divulgar na comunidade e em Portugal.
"Ler na Ferry Street", [ Ler na Ferry Street/Portuguese Readings on Ferry Street Estados UnidosEm cache] o encontro de Newark em que irá participar o escritor português José Luís Peixoto, segue-se a um recente, em Chicago, e visa "dar voz" aos autores e ao seu conhecimento entre si, "consolidando a tradição literária luso-americana", disse à Lusa o organizador, o professor universitário Luís Gonçalves.
"Há um fervilhar grande, eles têm publicado bastante em antologias, revistas especializadas de poesia e prosa e algumas publicações comunitárias, mas é preciso que continuem a escrever e só vão continuar a fazê-lo se houver um espaço em que tenham voz", afirma o académico da universidade de Princeton, Nova Jérsia.
O risco, afirma, é que o "'mainstream' norte-americano absorva" estes escritores, perdendo-se o "vínculo" à comunidade luso-americana, cujas histórias têm vindo a passar ao papel, em romances, poemas ou crónicas.
ferrystreetsing
Moderado por Gonçalves, "Ler na Ferry Street" terá lugar no coração da comunidade portuguesa local, no Sport Clube Português de Newark, com apoio do Consulado Geral, das associações culturais Proverbo e Arte Institute e da TAP Portugal.
Além do convidado José Luís Peixoto, cinco autores luso-americanos irão ler excertos de obras suas: Glória de Melo, Oona Patrick, Luís Pires, Ana Sofia Paiva e Carlos Queirós, que está na fase final da escrita de um romance passado exatamente na Ferry Street. 
O encontro será transmitido em direto pela internet através do site do Arte Institute e, depois de uma sessão de perguntas e respostas, haverá ainda música pela tuna do Instituto Superior Técnico, de Lisboa.
A seguir a Newark, Luís Gonçalves pensa já num evento semelhante em Boston, nordeste dos Estados Unidos, noutro na Califórnia e mesmo numa forma de juntar as três comunidades literárias em tempo real.
"Ideal seria, usando as novas tecnologias de informação, conseguir fazer um evento que fosse nas três comunidades, ao mesmo tempo, fazer o evento em comum", disse à Lusa o académico português
Outro momento de afirmação para esta "geração de escritores desconhecida em Portugal" será a nova edição, em julho, do programa internacional literário promovido em Lisboa pela editora norte-americana Dzanc, com apoio da Fundação Luso-Americana, com o objetivo de intensificar a criação de uma rede entre esta comunidade literária e o meio literário português.
Para o académico, esta "escola" literária luso-americana tem como caraterísticas uma "diversidade muito grande, unida pela ligação à imigração portuguesa".
"Há uma temática muito forte da imigração, história familiar, sacrifício dos pais", afirma.

Artigo Parcial
por LusaOntem
in: D.N. Artes

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