Sobre um determinado caso diz-nos Vasco Pulido Valente (Público, 3/6/XII): “Confesso que estas peripécias provincianas não me conseguiram excitar, no meio da corrupção que diariamente alguns beneméritos nos revelam [um pouco tarde, dizemos nós] e nos levou milhares e milhões de euros por processos que ninguém julgou ainda oportuno ou simpático esclarecer o país.
Talvez porque a “miséria moral”
(como disse Balsemão) deste pequeno escândalo se ajuste com facilidade à
miséria geral do indígena e que ele se interesse mais por intrigas de bairro do
que pelo insondável poço em que o meteram. O que se vê – e não se vê mal – é o
espectáculo de umas dúzias de ladrões[1] que se passeiam
tranquilamente por Lisboa e almoçam nos restaurantes do costume em toda a paz
de espírito e sob a protecção da polícia. Foram (ou continuam a ser)
notabilidades do regime e o pior que lhes pode suceder (se alguma coisa, alguma
vez, lhes suceder) não irá com certeza além de um interminável processo com
dezenas de advogados de respeito e prestigio e um número interminável de
recursos, em que qualquer teólogo rapidamente se perderia”.
O Primeiro-ministro manteve a
confiança politica no ministro, e do que ouvimos no debate quinzenal, fez bem.
E o ministro, daquilo que pudemos ouvir em directo na TSF (a primeira parte da
interpelação da Comissão Parlamentar), respondeu com lisura. Ponto final.
Pedro Lomba (Público, 7-6-XII)
escreve: “ …o juiz principal do caso BPN … com a participação e cumplicidade de
tantos beneméritos, diz que não tem computador à altura para julgar o processo”.
Diz que o Tribunal de Contas mandou publicitar uma auditoria à renegociação dos
contratos das Scut “descobrindo contratos que lhe foram sonegados e riscos
financeiros assumidos em prejuízo de todos. Uma miséria que daria cadeia[2]”.
Marques Mendes na TVI acusou o antigo Secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, de marosca em duas subconcessões rodoviárias.
Paulo Campos, antigo Secretário de Estado de Sócrates manda as culpas para cima de dois ministros do antigo consulado de Sócrates.
O relatório da Transparency International, relaciona, pela primeira vez, a crise financeira com os nossos“riscos de corrupção”.
Dom Januário Torgal Ferreira, Quarta-feira (6) criticou o Primeiro-ministro de Portugal. Essas criticas vêm com atraso de um ano. Teriam acertado na mouche, feitas até dia 4 de Junho de 2011. Não foi este Primeiro ministro que conduziu Portugal ao estado de lástima em que se encontra.
E já agora, aconselha-se a
leitura da entrevista de Medina Carreira que aqui deixamos.
O que tudo isto demonstra é que a corrupção está entranhada na sociedade portuguesa. E vai ser difícil desmantelá-la. Como vai ser difícil sair da bancarrota se esta não for combatida.
Domingos Ferreira faz uma análise sobre a redistribuição da riqueza, digna de ser lida.
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