sexta-feira, 18 de maio de 2012

Maria de Lurdes Rodrigues - Se a vergonha se comprasse …





Esta senhora não tem vergonha nenhuma. Destruiu, com o apoio de um Secretário de Estado exsecrabile, o que de melhor havia na Educação Portuguesa. Intencionalmente, por questões ideológicas, seguiu Proudhon e Bakunine, para quem a destruição era uma paixão criativa, na tentativa de implementar novos valores de modernidade – na linha de Marx e de Nietzsche (que levaram ao estalinismo e ao nazismo, dois momentos hediondos da História da Humanidade).
Lembrando o próprio Marx através de Walter Benjamin (Modernidade, Assírio e Alvim, p.18), a propósito de Blanqui, esta senhora viu como missão “antecipar-se ao processo de desenvolvimento da revolução, levá-lo à crise com recurso a artifícios, fazer uma revolução improvisada, sem que se verifiquem as condições para ela”.
Destruiu  as relações de profissionais exemplares, deu cabo de talentos e de vidas, humilhou profissionais com as mais elevadas qualificações, e por aí adiante … na peugada de uma tirada do então Primeiro-ministro, originária dos Evangelhos: “Os últimos serão os primeiros …” (Math, XX; 16). Proferida com a grosseria de quem ignora o seu significado. * Ou de quem deturpa o aforismo para favorecer alguém.


ISLÂNDIA - Godafoss
é conhecida como
a cascata dos deuses.
E tem agora a lata de criticar o actual Ministro da Educação (Professor Nuno Crato), por este tentar reformular (não é destruir) um processo que ela criou: As Novas Oportunidades.
A Educação de Adultos esteve sempre na mira da maioria dos governantes portugueses. Disso não restam dúvidas. Mas sempre com critérios de (alguma) qualidade. Ao contrário do que sucedeu com As Novas Oportunidades, como toda a gente de bem, bem sabe.
Faz muito bem o ministro Nuno Crato, reformular essa burla inventada por essa tropa.

Estivesse o País à altura, e os ventos nórdicos soprados de feição …



* Não percebendo que o aforismo se refere à igualdade de condições (de oportunidades), como é notado em Alexis de Tocqueville (Da Democracia na América), bem assinalada por Raymond Aron, quando ressuscita o teórico francês em As Etapas do Pensamento Sociológico (Dom Quixote, 2007). Se não vejamos.
O que nos é dito na passagem evangélica? Que um proprietário de vinha contratou por várias vezes trabalhadores para a vinha. Ao romper da manhã contratou os primeiros por um denário por dia. Ás nove da manhã, na praça, contratou os segundos que estavam sem trabalho, dizendo-lhes que teriam “o salário que for justo”. Saiu de novo por volta do meio-dia e das três da tarde, e fez o mesmo. E saindo pelas cinco da tarde, encontrou ainda outros que à sua pergunta lhe responderam que estavam ali todo o dia sem trabalhar porque ninguém os havia contratado. Contratou-os.
Ao entardecer, chamando o capataz, disse-lhe que lhes pagasse, “começando pelos últimos até aos primeiros”. E aos últimos pagou o mesmo que aos primeiros, o que levantou algum murmúrio (inveja) por parte destes.
Porque terá agido desta maneira o proprietário? Porque era um homem justo (bom). Os últimos não trabalhavam porque ninguém lhes dava uma oportunidade igual à dos outros. E receberam o mesmo que os outros, porque naquela hora, quando lhes deram a oportunidade, trabalharam tão bem (ou melhor) como os primeiros.


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