“As
gentes da aldeia, sempre ouvi dizê-lo, têm um rio nos olhos, entra-lhes pelos
ouvidos dentro o rumor da sua água, nas narinas o cheiro dos limos e das romãs,
na boca o sabor da terra. É gente estranha, coleccionam cronologias das pedras
que tocaram, uvas maduras no seu tempo. No meio da aldeia passa um rio, esse
rio que fica gravado no coração de quem o vê – por isso, não é sangue que corre
pelas veias das gentes da aldeia, mas uma torrente danada, o rio, que lhes
canta nas artérias, como se um rio cantasse eternamente ao longo das estações.
Saberá isso quem demorar o seu olhar pelas pequenas quintas espalhadas ao longo
do vale, entre as pedras que mergulharam um dia no rio à procura de antigos
mortos, entre os limos, sabor de ervas, sol, laranjas pintadas sobre os
pomares”.
Francisco José Viegas, Regresso por um rio, 1987
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Consultar este Blogue - VII Encontro pelo Rio Sabor | 8 a 10 de Junho - Lagoa -
Macedo de Cavaleiros, publicado a 21 de Maio (2012) – Segunda Feira
[1] O
texto de Francisco José Viegas, datado de 1987, pode referir-se a qualquer rio
do Mundo. Nós quisemos que fosse ao SABOR.
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