“A única coisa que temos a recear
é o próprio medo”
Franklin Roosevelt (Discurso inaugural,
proferido a quatro de Março de 1933)
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A
notícia acima faz todo o sentido. Perante a incapacidade de resposta à
crise bolsista de 1929, que mergulhou os EUA e grande parte do mundo
industrializado em profunda depressão, o presidente Franklin Roosevelt
(recém-eleito) patrocinou o New Deal,
um programa de reformas para relançar o crescimento económico.
Este plano
social, posto em prática em 1933, lançou as bases do Estado-Providência,
criando o salário mínimo e o subsídio de desemprego, erradicando o trabalho
infantil. Melhorando a vida dos americanos, reforçando o poder de compra,
Roosevelt lançou as bases do aumento da produção e da criação de emprego. Mas,
de facto, uma das medidas deste programa foi comprar hipotecas aos bancos por
troca de títulos de divida. E ao fazer isso, reestruturou a divida das
famílias. O mesmo se está a fazer na Islândia, como é sustentado na notícia,
para socorrerem as famílias que já entraram em incumprimento, e em casos de
primeira habitação. Mas aí, além disso, estão
a ser julgados aqueles que, provavelmente, encaminharam o país para a
bancarrota!
Seria boa ideia
o Governo de Portugal reflectir sobre estas recomendações do FMI? É que, ao
contrário do que se pretende fazer passar, 70% (a sua maioria) das famílias
endividou-se (pedindo crédito aos bancos) por duas razões:
1-
Para
poderem viver (ou sobreviver) com (alguma) dignidade;
2
– Para não perderem a esperança de prosperar;
Infelizmente,
enganadas pelo poder politico e pelos grupos de interesses, hoje (se o Governo
não enveredar pelo exemplo de Roosevelt e da Islândia), nem uma coisa nem
outra.
Em 1935, a pedido do presidente Roosevelt, a Food Security Administration (FSA) norte-americana solícita a 20 fotógrafos que documentem o que se está a passar no país, principalmente no Sul rural.
Para se perceber
o que se está a passar, recomendamos a leitura d’As Vinhas da Ira de John
Steinbeck, a que já neste espaço fizemos referência. Mas a esta obra havemos
de voltar com escrito mais completo.
“ O pai pedira dinheiro emprestado ao banco e agora o banco queria as terras” (p. 198)
Armando Palavras
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