quinta-feira, 12 de abril de 2012

FMI sugere perdão de divida para famílias endividadas





“A única coisa que temos a recear
é o próprio medo”
Franklin Roosevelt (Discurso inaugural,
proferido a quatro de Março de 1933)
A notícia acima faz todo o sentido. Perante a incapacidade de resposta à crise bolsista de 1929, que mergulhou os EUA e grande parte do mundo industrializado em profunda depressão, o presidente Franklin Roosevelt (recém-eleito) patrocinou o New Deal, um programa de reformas para relançar o crescimento económico.
Este plano social, posto em prática em 1933, lançou as bases do Estado-Providência, criando o salário mínimo e o subsídio de desemprego, erradicando o trabalho infantil. Melhorando a vida dos americanos, reforçando o poder de compra, Roosevelt lançou as bases do aumento da produção e da criação de emprego. Mas, de facto, uma das medidas deste programa foi comprar hipotecas aos bancos por troca de títulos de divida. E ao fazer isso, reestruturou a divida das famílias. O mesmo se está a fazer na Islândia, como é sustentado na notícia, para socorrerem as famílias que já entraram em incumprimento, e em casos de primeira habitação. Mas aí, além disso, estão a ser julgados aqueles que, provavelmente, encaminharam o país para a bancarrota!

Seria boa ideia o Governo de Portugal reflectir sobre estas recomendações do FMI? É que, ao contrário do que se pretende fazer passar, 70% (a sua maioria) das famílias endividou-se (pedindo crédito aos bancos) por duas razões:

1-     Para poderem viver (ou sobreviver) com (alguma) dignidade;

2 – Para não perderem a esperança de prosperar;

Infelizmente, enganadas pelo poder politico e pelos grupos de interesses, hoje (se o Governo não enveredar pelo exemplo de Roosevelt e da Islândia), nem uma coisa nem outra.



Em 1935, a pedido do presidente Roosevelt, a Food Security Administration (FSA) norte-americana solícita a 20 fotógrafos que documentem o que se está a passar no país, principalmente no Sul rural.





Para se perceber o que se está a passar, recomendamos a leitura d’As Vinhas da Ira de John Steinbeck, a que já neste espaço fizemos referência. Mas a esta obra havemos de voltar com escrito mais completo.

“Os grandes proprietários atacavam o que lhes ficava mais próximo: o governo de poder crescente, a unidade trabalhista cada vez mais firme; atacavam os novos impostos e os novos planos, ignorando que todas essas coisas são efeitos e não causas. As causas escondiam-se bem no fundo e eram simples – as causas eram a fome, a barriga vazia, multiplicada milhões de vezes …” (p. 197).

“ O pai pedira dinheiro emprestado ao banco e agora o banco queria as terras” (p. 198)
                                                                                                                                                                     Armando Palavras

Sem comentários:

Enviar um comentário

Adorarás o Senhor teu Deus

  JORGE  LAGE Adorarás o Senhor teu Deus – Há umas duas ou três décadas que tenho presenciado cada vez mais as pessoas católicas, têm vin...