Zé Manuel (Faragata)
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Tu, cavaleiro andante,
Desencantada com o encanto do presente,
Ziguezagueias de estrela em estrela,
Qual valquíria em tamanha cavalgada,
Contrariando a ordem, nesta desordem
vigente.
Fazes poemas de desejo, electrizada,
Por esse sol que te possui e tem
tomada.
Eu, vago de lume,
A sóis do sol que te aquece,
Nessa teia do futuro sou criatura menor.
Navego rumo a lampejos na incerteza e em
suor,
Neste barco do presente, sempre certo,
Sulcando mares de limos e de sargaços,
Que entorpeçam o leme e os meus
braços.
Porém, como tu, faço poemas.
Sou parco de asas e precoce de penas,
Ensaio voos sobre páginas vazias,
Onde regurgito lembranças distantes e
fugidias.
Sem hora marcada, registo sonhos...
Porque o presente é o meu tempo,
Que não o teu, concubina de Apolo.
J.F.
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