quinta-feira, 13 de novembro de 2025

O discurso de João Lourenço no 50º aniversário da independência

 

"Mal tínhamos acabado de vencer o colonialismo português, que nos oprimiu e escravizou durante séculos, tivemos de imediato de enfrentar o regime retrógrado do 'apartheid', que representava uma ameaça permanente aos povos da África Austral e de Angola em particular, por nos ter agredido, invadido e estar assente na ideia da superioridade de uma raça sobre outra e no segregacionismo como modelo de sociedade".

                                                                                                      João Lourenço


João Lourenço desiludiu muita gente que tinha, no inicio do seu primeiro mandato, esperança que o actual presidente angolano repusesse alguma justiça ao POVO angolano, redistribuindo a riqueza do país, de forma justa e equilibrada.

Pelo contrário, a actuação de João Lourenço em nada se tem diferenciado da do seu antecessor. Miserabilidade das condições de vida nos musseques de Luanda, e a corrupção a rodos, favorecendo os do costume – umas centenas de famílias.

/2011/02/aspectos-de-ontem-rainha-jinga-e.html

Rainha Ginga na audiência com o 
 governador
João Correia de Sousa

O discurso do presidente angolano, a sinalizar os 50 anos da independência do país em nada se diferencia dos discursos proferidos por José Eduardo dos Santos, seu antecessor. Em vez de se dirigir para o futuro, preferiu recuar ao passado, culpando outros da culpa própria.



Não temos dúvidas que o colonialismo português contribuiu, em termos humanos, para a subjugação do Homem, da dignidade humana. Mas culpar os portugueses pelo atraso do desenvolvimento angolano, passado meio século de governação dos próprios angolanos, é uma autêntica farsa! O que é que os governos angolanos fizeram, durante 50 anos pela dignidade das pessoas que vivem desumanamente nos musseques de Luanda? O que fizeram pela tentativa de acabar com a fome dos angolanos quando, em termos de agricultura, se podem recolher duas culturas por ano?

Lourenço, como outros, não está interessado na verdade. Em contextualizar a questão do colonialismo e da escravatura. Está interessado em mentir. Os potentados, os sobas, e os régulos angolanos tiveram tanta culpa (ou mais) que os portugueses. Eles próprios escravizavam os seus próprios cidadãos, vendendo-os ao comércio escravo português e árabe. Como não está interessado em proclamar aos sete ventos que os portugueses investiram em Angola. Quando se deu a independência, Angola estava cheia de infraestruturas construídas pelos portugueses. Algumas delas são as que actualmente funcionam. Porque as efectuadas recentemente (uma década), já se encontram deterioradas.

E ficamos por aqui para não referir a corrupção que continua a grassar por todo o território. Enquanto o Povo do musseque passa fome e vive em condições miseráveis, uma pequena elite que corrobora com o discurso de Lourenço, compra grandes vivendas na Califórnia!

O que esta gente quer esconder é a sua própria incompetência e a sua degradação de carácter, olvidando estes dados:

 

(Vistas IA)

O nível de pobreza em Angola

De acordo com os resultados do IPM Global, um de cada dois angolanos (51,2%) vivem na pobreza multidimensional, com uma taxa de pobreza de 88,2% nas áreas rurais e 29,9% nas áreas urbanas.

O que é a desigualdade social em Angola?

Em termos estatísticos, o coeficiente de Gini (medida para representar a distribuição do rendimento dos residentes de uma nação, na qual zero expressa a igualdade perfeita, e um a desigualdade máxima) em Angola, em geral, é 0.532. Isso faz com que Angola seja uma das sociedades mais desiguais do mundo.

Como se vive em Angola?

A maioria da população vive em condições desumanas. O lixo é acumulado nas ruas, com as chuvas provoca a proliferação dos mosquitos e gera surtos de malária. Já deu para perceber que Angola não é um dos destinos mais comuns.

 

 

As condições de vida nos musseques de Luanda continuam a ser caracterizadas por graves carências de infraestruturas básicas, pobreza generalizada e problemas sociais significativos, com a maioria da população a viver em assentamentos informais sem acesso adequado a água potável, eletricidade e saneamento básico. 

Principais Problemas e Condições:

Habitação Precária: As habitações (cubatas) são frequentemente autoconstruídas com materiais improvisados e frágeis, muitas vezes em condições de superlotação.

Falta de Saneamento Básico: O acesso a redes de esgoto e saneamento é extremamente limitado ou inexistente, resultando em problemas de saúde pública e na drenagem de águas residuais a céu aberto.

Acesso a Água Potável: A falta de acesso a água canalizada em muitas áreas obriga os moradores a depender de chafarizes ou outras fontes, que nem sempre são seguras, afetando a saúde e a qualidade de vida.

Infraestruturas Inadequadas: Os musseques carecem de infraestruturas urbanas básicas, como estradas pavimentadas, iluminação pública e recolha regular de lixo, com alguns a avançar sobre "montanhas de lixo".

Desigualdade e Segregação: Existe um forte contraste entre os musseques e as áreas urbanas formais e de luxo de Luanda (frequentemente descrita como uma das capitais mais caras do mundo), o que reflete uma profunda segregação social e económica na cidade.

Insegurança da Posse da Terra: Muitos residentes não têm títulos de propriedade formais, vivendo sob a ameaça constante de despejos e realojamentos forçados, muitas vezes para dar lugar a projetos de desenvolvimento urbano verticalizado e condomínios fechados.

Problemas Sociais e Económicos: A maioria da população adulta trabalha no setor informal e enfrenta desafios como a pobreza, o desemprego e a falta de acesso a serviços de saúde e educação de qualidade. 

 Quanto à liberdade de expressão

A liberdade de expressão em Angola é um tema complexo: embora a Constituição a garanta e se observem progressos em alguns aspetos como a existência de jornais independentes e a influência das redes sociais, persistem desafios significativos, nomeadamente um controlo do Estado sobre os meios de comunicação tradicionais, a intimidação de críticos e a restrição da liberdade de manifestação. Organizações como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional alertam para leis que restringem a liberdade de expressão e para a detenção de ativistas. 


NOTA de RODAPÉ:

Em 1994 Angola já devia a Portugal 1,4 mil milhões de dólares, dívida empurrada, renegociada, parcialmente perdoada e que só começou a ser paga em 2009. Hoje, meio século depois, continua a depender de nós, porque Portugal acabou de abrir 3,25 mil milhões de euros em novas linhas de crédito para segurar a sua economia. Já para não falar de tudo o que os portugueses lá construíram e deixaram: escolas, hospitais, portos, estradas, bairros inteiros, caminhos-de-ferro, redes de água, energia, pontes e toda a estrutura administrativa que permitiu ao país funcionar durante décadas.

1 comentário:

  1. Ah..., mas agora com o Ventura , Angola será elevada à 5ª potência ou mais ! Andou e continua a andar a deitar a baixo o discurso do nosso Presidente - Devia aprender a ter bagagem e formação para contornar sabiamente e com diplomacia as farpas mal mandadas do Senhor que governa agora por lá!, devia aproveitar para ver como se faz..., andou a dizer que vinha limpar Odivelas e nem cheiro dele - Odivelas limpou-o a ele !...- fala barato; só postas de pescada congelada da nº 3 !!

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