JORGE LAGE
Uma lição merecida ao deitor – Há cerca de dois anos, ao chamar-se o INEM, na zona de
Valpaços/Chaves, terá demorado 45 minutos para fazer uns 18 quilómetros (dois
bombeiros). O sinistrado seguiu para o Hospital de Chaves, onde foi radiografado
e soturado. Como não havia um médico radiologista em Chaves, em Vila Real e no Porto
que olhasse para a radiografia, teve de ficar meio-dia internado no hospital,
quando bastariam duas horas para ter alta em segurança. O hospital estava com o
tecto esventrado na zona da urgência. Durante a noite, até à hora do pequeno-almoço
não terá aparecido vivalma por perto. Os doentes estavam nas macas nos
corredores, vestidos como chegaram. Recentemente, outro familiar recorreu a um
hospital privado e a forma como foi tratado durante as longas horas que ali
esteve levou-o a dizer que «naquele hospital nunca mais». Uma sua visita terá
dito mais ou menos o mesmo trato porque lá algum pessoal auxiliar fala «de cima
da burra» para os doentes e visitantes como se fossem os «donos da quinta».
Felizmente, ouço dizer muito bem do Hospital Público de Mirandela, o que saúdo.
Outro familiar deu uma queda com fractura e foi levado, pelo INEM, para o
Hospital Distrital de Bragança, em vez de ir para o Hospital de Ortopedia de Macedo
de Cavaleiros. Permaneceu em Bragança alguns dias até ser operado. Pergunto, se
não podia ter sido transferido para o Hospital Distrital de Macedo de
Cavaleiros, mais perto de Mirandela, e ali ser operado? Segundo consta, alguns
profissionais (de todos os níveis) de Bragança deixam a desejar no tratamento
dos doentes. Será inconcebível que um médico, um enfermeiro ou um auxiliar
chegar a uma enfermaria e não dar, sequer, os bons dias a quem ali está a
sofrer. Mais, reprimir, com maus modos, quem geme. Haverá doentes de ortopedia
que fazem pressão para serem transferidos para o Hospital de Macedo de
Cavaleiros. Adivinhem porquê? Ora bem, os médicos, os enfermeiros ou demais
pessoal só trabalha no hospital porque há doentes. É com os doentes que ganham o
pão-nosso de cada dia. Depois, ainda há uma componente humana que um bom
hospital deve valorizar, até para uma melhor recuperação dos internados. Disto
teve-se conhecimento e chamá-lo para aqui é para dizer um obrigado aos
Hospitais públicos de Mirandela e de Macedo de Cavaleiros. A nossa gente merece
dignidade, respeito e um agradecimento aos profissionais de saúde. Já basta bem
a desgraça das doenças. Um episódio vivido pela minha mãe, quando, há décadas
atrás, numa consulta no serviço público, um médico disse-lhe: - vire para
aqui os cascos! Sem papas na língua respondeu-lhe: - Senhor Doutor! Não
sou da sua família. O deitor ouviu e embatucou, porque a sua grosseria e má
educação puseram-no a jeito.
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