quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Um Amigo...

 

Amigos Transmontanos,

venho agradecer que me tenham enviado a notícia da morte do António Chaves. Desde há cerca de um mês que o seu (dele) telefone não respondia. Por incrível que pareça fui, desde 23 de Janeiro de 1964, um dos seus amigos mais chegados. Conhecemo-nos na estação de S. Bento, rumo a Mafra. Passámos a ser uma espécie de irmãos-gémeos, na tropa e nos 60 anos de convivência que  mantivémos, nos bons e maus momentos. Sempre as divergências eram seladas, com um abraço. Nasci em 1939 e ele em 1943. A última causa que travámos, aconteceu em 2019 (?) Quando,Eugénia Neto, a viúva de Agostinho Neto, visitou, em três dias, com a filha mais velha, a vila de Montalegre, onde ela nasceu em 1934. Sempre lutámos por Barroso e por Trás-os-Montes, cada qual com as suas armas. Em 2011 publicou o livro «A última Estação do Império», com 366 páginas. Em 2014, a âncora,  reeditou esse livro com outro título: «Em armas pelo sonho do Império».Quis que eu partilhasse com ele esse livro que foi por ele apresentado em Luanda. 

Foi o 3º Presidente da Direção da Academia de Letras de Trás-os-Montes. Sempre ambos e as nossas esposas: a Cândida e a Manuela. Elas partiram primeiro. Foram muito amigas e solidárias. Com elas e connosco. Ambas nos deixaram de rasto.

Com grande pena, fiquei: sem o contacto da sua filha (ANA ?), para, ao menos agora, lhe transmitir um respeitoso abraço de solidariedade. Um telefone ou endereço para lhe transmitir esta solidariedade eterna.

Com um grande abraço de solidariedade e agradecimento do

Barroso da Fonte

1 comentário:

  1. A ÚLTIMA ESTAÇÃO DO IMPÉRIO -EXCERTO

    Leituras a Bordo

    Retomei a leitura dos apontamentos do João Barroso da Fonte, onde se referia à saída do seminário de Vila Real:
    «Mal pensava eu, que até essa altura apenas caminhara, durante dez anos, para o seminário de Vila Real, que o iria abandonar, quando já medrava nos lameiros da minha aldeia, a vitela para a missa nova.
    Quando deixei o seminário para entrar em férias falei pelo caminho com dois colegas sobre a perda de vocação para continuar os estudos religiosos. Manifestaram-me uma preocupação idêntica e ali tomámos a decisão de abandonar o seminário».

    Ao longo desses dez anos tinha ouvido muitas histórias contadas pelos seminaristas com quem convivia em férias. Nesse tempo, os alunos do seminário de Vila Real ainda jogavam à bola de batina vestida e só saíam em passeio em fila indiana dupla, frequentemente a caminho da Senhora de Almodena, onde ficavam pelo adro da Igreja, enquanto o padre acompanhante se ocupava dentro, em confissões. As confissões ficaram cada vez mais longas e os passeios mais curtos, o que inspirou o então seminarista e poeta a escrever este poema:

    Óh! Senhora de Almodena,
    Ontem, sim, valeu a pena
    Haveres feito um milagre
    Se não a face morena
    Daquela linda pequena
    Era mordida dum padre

    Faz assim muitos, Senhora
    Se não o mundo piora
    E os culpados são os padres
    E, se algum dia, o amor
    Fecundar uma flor
    que afecte uma batina,
    traça nela a tua sina,
    para que murche o feijão.
    Porque se o fruto aparece
    todo o mundo escarnece
    Dos padres, e com razão.

    Está visto que os exemplos não eram abonatórios, mas os pais do João, com poucas posses e dez filhos para criar, fizeram o impossível para o mandar estudar ... (...)

    In A Estação do Império - ANTÓNIO CHAVES

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