«Quando o disparate governa, a inteligência é um delito …» ( Henri de Montherlant, in Treizième César, Ed. Gallimard, 1970)
SILERE NON POSSUM
(Não me
posso calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus amigos – nº
51
BRAGA , 17 -
Agosto - 2023
+
PAX
« Desmantelar o racismo no ensino da Matemática»
Não resisti a uma releitura de “ WOKISME” de
Anne Toulouse ( Ed. Rocher, Mónaco, 2022) e que tem como sub-título “ A França
será contaminada?”. Estou a reler pausadamente pois chego a pensar que esta
obra, séria e actual, é um livro de piadas idiotas! Infelizmente, o wokismo
veio para ficar e já , em Portugal, está a implantar-se esta idiotice que mina
a nossa civilização e a destrói, o que é o seu grande e prioritário objectdo.
A autora, franco-americana, conhece muito bem o mundo da cultura destes
dois países e muito bem documentada, ao longo de 194 páginas vai-nos chamando a
atenção para as transformações linguísticas, culturais e epirituais que nos
estão a impor os políticos, os media e os chamados “agentes culturais” da moda.
Criando uma nova língua a que Orwell chamou “ novilíngua”, distorcendo e
alterando o significado das palavras, promovendo uma verdadeira ditadura do
pensamento, cancelando quem não “ afina pelo mesmo diapasão, esta cultura ( ou
contra-cultura?) está a impor-se pela força das leis e dos media , dos “
artistas” de referência, etc. Um bom exemplo é a frase com que inicio esta
Carta cujo significado só os wokistas sabem decifrar.
Inclui-se neste âmbito a tenebrosa “ teoria do Género” de quem o
extraordinário Papa Ratzinger, Bento XVI escreveu:
«… a teoria do Género seria o
próximo grande desafio para a Igreja e a última rebelião contra Deus com que
terá de confrontar a Igreja. É a rebelião definitiva contra Deus, o Criador»
(Diálogo com o Professor Haas, ex-Vice Presidente do Centro Nacional de
Bioética dos EUA). E no seu discurso à Cúria romana, em 2012, poucos meses
antes de se demitir,Bento XVI afirmou: «é evidente a profunda falsidade desta
teoria e a revolução antropológica que encerra.» para ela « O homem e a mulher
já não existe»
E para lá desta teoria deletéria que a maioria
dos nossos concidadãos não tem grande significado e, até, muitos acham que é um
conjunto de piadas que não valorizam minimamente o seu significado profundo!
Uma tristeza. Mas não contentes em impor-nos, até, uma nova gramática, usam o
cancelamento de todos os que não alinham com esta colecção de disparates e
erros. O essencial para os seus defensores é calar, a bem ou a mal, o
pensamento normal e lógico, cientificamente correcto.
O que é isto de “ desracializar” a Matemática?
O que é a imposição de pronome neutro quando falamos com alguém, pois se
estamos face a uma mulher ou homem estes se “acharem” o inverso? Em França, por
exemplo, além dos pronomes ele (il) e ela (elle) já foi criado o polémico iel
(il + elle) que, para muitos deveria ser eil pois a primeira grafia dá
prioridade ao homem!
O importante é mudar tudo para mudar, a bem ou a mal, a nossa cultura.
Se os norte-americanos já estão “ loucos” com novas ideias como aquela
de haver necessidade de desracializar a Matemática, que não passará de uma
forma de prepotência racista de brancos contra negros, os europeus e outras
latitudes culturais afins já, por exemplo, se impede de dizer que uma mulher
está grávida e obrigando a usar o eufemismo, não sexista, patriarcal e
normofista “ aquela pessoa está grávida”! Uma loucura total!
… E ai de quem ousar não entrar “na onda” que nos impõem!
Estamos em plena guerra cultural. Não tenhamos dúvidas. A nossa derrota,
que consentimos e, até a apoiamos, avizinha-se. Queremos continuar calados e
concordes com estas modificações culturais que têm com objectivo último,
destruir a própria noção de Pessoa Humana?
Permitam-me, caros Amigos-leitores, que vos recomende a leitura de
«WOKISME – La France sera-t-elle contaminée?», de Anne Toulouse. Temos
consciência de que sem “armas” não podemos combater, fazer frente a tanto
disparate e erro difundidos, apresentados como avanço cultural quando não passa
de uma nova versão do marxismo?
Não me posso calar. Não quero. Não devo. Não posso.
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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