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Museu da Paz - Vilar Formoso - inaugurado em 2017 |
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Capa do livro do Embaixador Carlos Fernandes |
Não conheci Aristides de Sousa Mendes e, portanto, não vou fazer nenhum
comentário sobre a sua pessoa e o seu comportamento bom ou mau. Mas conheço o
arquitecto que, integrando nos anos 1980 a Sociedade Campos e Nunes, então
proprietária da casa que foi de Aristides, se propunha transformá-la num hotel,
ideia que foi contrariada; e, como está documentado, sabe-se que o Estado
Português deu à família de Aristides Sousa Mendes uma indemnização de 15
mil contos (75 mil euros) (a que propósito (?) se ele, legitimamente
destituído da função que ocupava, se manteve no Quadro da Carreira Consular e
recebeu todos os salários a que tinha direito até morrer ?...); sabe-se que a
Assembleia da República, mais tarde, deu à Fundação Aristides Sousa Mendes, que
adquiriu a casa e para conservação desta, inicialmente 50 mil contos (250 mil
euros) e, posteriormente mais 60 mil contos (300 mil euros). Tudo dinheiro dos
nossos impostos.
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Contra capa do livro do Embaixador Carlos Fernandes |
Pelo que se viu na reportagem da TV, a casa está em
perfeito estado de degradação, com a excepção de um telhado visivelmente novo.
E, pelas notícias recentes, parece que a recuperação da casa vai finalmente ser
feita, integrada num conjunto de projectos proposto pela Comissão de
Coordenação do Desenvolvimento Regional do Centro, com um orçamento de 360 mil
euros a pagar mais uma vez com os nossos impostos e com fundos comunitários. Ou
me engano muito, ou anda por aí dinheiro dos nossos impostos a vaguear em parte
incerta. Estas e muitas outras histórias, muitas invenções, algumas verdades e
muitas mentiras que levaram a nata da nossa classe política a reunir-se ontem
no Panteão Nacional para, homenageando Aristides Sousa Santos - uma boa alma
que é completamente alheia a todo este teatro e parece ter sido vítima apenas
de si próprio - atacar a pessoa e a imagem de Salazar. É o "politicamente
correcto" marxista no seu melhor! Convém-lhes reescrever a História! Estes
Senhores da Política ao mais alto nível não leram, mas deviam ter lido, o livro
do Sr. Embaixador Carlos Fernandes (falecido aos 97 anos em 28 de Outubro de
2019) que conheceu e privou com Aristides Sousa Mendes. A Verdade, toda a
Verdade, está lá documentada. Incluo em anexo a capa e a contracapa desse
livro com este título: "O Cônsul Aristides Sousa Mendes - A Verdade e a Mentira".
FPV
Comentário de Tempo Caminhado:
Aristides de Sousa
Mendes salvou milhares de Judeus, seja com
vistos legais correctos, seja com vistos legais, mas incorrectos. Fê-lo em
consciência. E ainda bem. O que não é correcto nem legal é, utilizar
ideologicamente a pessoa de Sousa Mendes para transmitir à populaça, aldrabices
como se fossem formulações e, sobretudo, premissas válidas sobre a actuação do
regime do Doutor Salazar. E a historiadora Pimentel tem-no feito em
publicações, sem se preocupar com o rigor histórico da coisa, porque neste
regime xuxa tem toda a cobertura. Esta senhora tem dito e escrito sobre a
temática, mas sem o rigor que se exige a um (a) historiador (a). Desde logo
porque já afirmou que o regime de Salazar impediu que milhares de Judeus
tivessem sido impedidos de atravessar a fronteira, o que é mentira como os
factos hoje confirnmam e que, aliás, em devido tempo foi desmentido por José
Hermano Saraiva (com documentação fiável). Por outro lado afirmou e publicou um
número inconcebível sobre os judeus que receberam vistos de Sousa Mendes: cerca
de 30.000. Não devem
ultrapassar os 1.600. Mas mesmo que fosse um único judeu, seria memorável e heroico.
Aliás, o historiador
Callagan, refere na sua entrevista ao Nascer do Sol, mais duas personalidades
tão importantes (que salvaram mais judeus) como Sousa Mendes, que se destacaram
e são ignoradas em Portugal.
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