O opositor russo Alexei Navalny, que está detido na
Rússia, é o vencedor do prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2021.
Os outros dois finalistas eram um grupo de 11 mulheres afegãs e a ex-presidente
interina da Bolívia, Jeanine Áñez.
"Navalny mostrou grande coragem nas suas
tentativas de restaurar a liberdade de escolha ao povo russo. Durante muitos
anos lutou pelos direitos humanos e liberdades fundamentais no seu país. Isto
custou-lhe a sua liberdade e quase a sua vida", disse a vice-presidente do Parlamento Europeu, a finlandesa Heide
Hautala.
"Em nome do Parlamento Europeu peço a sua
libertação imediata e incondicional", acrescentou.
"Toda o assédio, intimidação e ataques contra a oposição, a sociedade
civil e os media, pelas autoridades russas, deve parar", acrescentou.SUBSCREVER
O dissidente de 45 anos foi detido em janeiro de 2021,
após regressar da Alemanha onde esteve a receber tratamento por ter sido envenenado
em agosto de 2020 com novitchok - Navalny e os seus apoiantes culparam o
Kremlin, mas a Rússia negou qualquer envolvimento.
O principal líder da oposição russa, ativista
anticorrupção e grande contestatário ao poder do presidente russo, Vladimir Putin,
foi sentenciado a dois anos e meio de prisão por ter violado a liberdade
condicional de uma anterior condenação, que diz ter tido motivação política.
O vencedor foi anunciado
oficialmente esta tarde, no plenário do Parlamento Europeu, com o
grupo do Partido Popular Europeu, que nomeou Navalny junto com o Renovar a
Europa, a antecipar-se antes no Twitter.
O vencedor é escolhido na Conferência de Presidentes,
que reúne os líderes dos grupos políticos com representação no hemiciclo
europeu e o líder do Parlamento Europeu, David Sassoli.
"Ao atribuir o Prémio Sakharov a Alexei Navalny,
reconhecemos a sua imensa coragem pessoal e reiteramos o apoio inabalável do
Parlamento Europeu à sua libertação imediata", disse Sassoli numa
mensagem. "O prémio de hoje reconhece a sua imensa bravura e reiteramos os
nossos apelos à sua libertação imediata", escreveu também no Twitter.
Honrar as mulheres afegãs
A vice-presidente citou depois o grupo de 11 mulheres
afegãs que estavam nomeadas, entre elas a ex-ministra Sima Samar, a diretora da
Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos Shaharzad Akbar, uma das
mulheres que fizeram parte da equipa de negociadoras do governo afegão, Habiba
Sarabi, ou a jornalista Anisa Shaheed.
"Todas lutaram ferozmente pela igualdade e
direitos humanos e o Parlamento Europeu quer honrar a bravura destas mulheres,
já que são entre as primeiras a sofrer as violações dos seus mais básicos direitos
e liberdades depois de os talibãs terem assumido o poder do seu país", acrescentou.
Este ano assinala-se o centenário do nascimento do
físico e dissidente soviético Andrei Sakharov, que dá nome ao prémio para a
Liberdade de Pensamento, no valor de 50 mil euros, entregue pelo Parlamento
Europeu desde 1988. No ano passado o galardão distinguiu a oposição democrática
bielorrussa.
A cerimónia de entrega do prémio está marcada para 15
de dezembro, em Estrasburgo.
FONTE: https://www.dn.pt/internacional/alexei-navalny-e-o-vencedor-do-premio-sakharov-14238524.html
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