Por BARROSO da FONTE
" Os dois maiores
partidos, PS e PSD, votaram o texto de substituição, elaborado pelo deputado
socialista Diogo Leão, e "chumbaram" a grande maioria das propostas
de alteração feitas pelo PCP, BE e PAN ".
A secretária de
Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento Castro,
considerou que o Estatuto do Antigo Combatente, aprovado hoje (15/7/2020) na
especialidade, repõe uma justiça que "há muitas décadas é devida".
Ora aqui está uma
mentira descarada da política demagógica de um governo que é o mesmo que chegou
ao poder, em 2015, graças à Geringonça. Nesses quatro foi anestesiado pelo
Presidente da República. António Costa, graças ao Professor que o protegeu e
que nos desprotege, com medidas da geringonça que pegou de estaca, andou todos
estes anos a louvar como bom, aquilo que era mau. O exemplo que se lê neste
texto que a Secretária de Estado utilizou, ao dizer que a Lei que dia 15 foi
votada, «repõe uma justiça que «há muitas décadas é devida».
Vamos ser claros: os
partidos políticos nunca quiseram resolver os problemas dos Combatentes. Digo
todos porque é uma «doença» congénita: todos os políticos prometem tudo para
chegar ao poder. Depois de lá chegarem, esquecem-se das promessas e cuidam de
zelar pelos seus interesses. Houve uma exceção com Duração Barroso: seus dois
ministros do CDS: Paulo Portas e Bagão Félix que apoiados na Lei 9/2002 de11/2
deram o passo que ninguém tinha dado: reconhecer como tempo efetivo para a
segurança social aquele que tinham prestado no serviço militar e devolver as
contribuições a quem se tinha pago. Esse, sim, foi o maior passo que durou
poucos anos. Logo o PS reduziu aqueles apoios à «esmola» de 150, 100 ou 75
euros /ano, consoante o tempo de + de dois anos, dois anos e ou menos de 15
meses. Essa foi a facada cínica, cruel e nojenta que contratava com leis
provocatórias aos deputados que tiveram reformas iníquas, a centenas de
deputados que tinham passado pelo Parlamento.
O governo de António Costa andou a anunciar
que voltariam a pegar no Estatuto do Combatente. Em 2019 essa matéria chegou a
estar agendada para o último debate parlamentar. Mas Costa mandou retirá-la, na
esperança de melhorias. Foi votada dia 15 de Julho deste ano: «uma mão cheia de
nada e a outra de coisa nenhuma». Mais um ano de espera a ver se morremos
todos. Dia 16, na qualidade de sócio Fundador da ANCU questionei três das
Associações que subscreveram (em 1994) o Monumento aos Combatentes por não
vê-las mencionadas nesta notícia da Lusa. Dia 17 recebi um email do Presidente
da ANCU e da Federação dos Combatentes que me confirma aquilo que eu
pressupunha - nesta matéria - a Lusa foi sempre a voz do governo.
Desconfiei disso
quando entendi fundar a ANCU. A Lusa esteve sempre ao lado dos generais e dos
detentores dos homens armados. Ela e as suas avós:
Em vez de ser a voz neutra, séria e
insuspeita, ainda por ali devem andar as vísceras dos revolucionários do PREC.
Conheci alguns desses
jornaleiros a desempenhar o papel de jornalistas. Estiveram sempre do lado
errado da história, que lhes besuntava o cachaço, por cada pedrada contra a
autoridade do Estado. Tropeço nesta excitação política ao ler o email do Presidente
da Federação das Associações censuradas que vegetam perante os holofotes
dourados da Liga. Ei-lo:
Vozes discordantes da Liga e do Governo
«No
seguimento do seu email de hoje, esclareço:
- basta
ler os nossos jornais para ver o contributo da nossa ANCU e da Federação para o
Estatuto dos Combatentes. A Associação de Comandos deu-nos sempre colaboração e
apoio. Fomos ouvidos presencialmente pelas duas últimas Secretárias de Estado
dos Antigos Combatentes, em reuniões demoradas, onde expressámos as nossas
ideias, contributos e criticas. O nosso parecer deve ter chegado em nome da
Federação ao Parlamento, sendo do nosso conhecimento que a Associação de
Comandos e a APVG remeteu para esse parecer. Em 02.06.2020 a ADFA e a LIGA
foram recebidas na Comissão de Defesa. A ANCU e a Federação tomaram iniciativa
desta luta do Estatuto desde 2006, e, não foram convidadas, a não ser para se
pronunciarem por escrito. Já lá estava antes do convite. A comunicação social
tem induzido em erro os combatentes, não os esclarecendo o suficiente, também
porque os jornalistas não conhecem suficientemente bem a legislação existente,
nomeadamente a Lei 3/2009.Não me vou precipitar. Neste momento, mais nada
podemos fazer, e logo que a nova legislação surja firmaremos a nossa posição
sobre a mesma perante o público e através do nosso jornal. António Ferraz»
Quem leu a notícia da Lusa reparou que não menciona nada,
absolutamente nada, das mais representativas associações de Combatentes, da
geração da guerra. A Liga não tem autoridade moral para representar os
Combatentes do Ultramar. O seu prazo de validade acabou. Os governantes que
canalizam tudo para a Liga, nem sequer têm moral para dar aos mortos aquilo que
pertence aos vivos. Não foram combatentes, não mediram os sacrifícios daqueles
que ainda cá estamos para nos darem (a nós) o que terceiros recebem em nome de
quem já partiu, há muitos anos. Precisamos de saber em que é gasto o dinheiro
que desaparece, em nome dos vivos que somos nós. Há 45 anos somos a classe
social mais maltratada. Já chega de ódio, de menosprezo e de tortura.
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