domingo, 21 de junho de 2020

Maestro Transmontano abandona Casa da Música


BARROSO da FONTE

Foi a Lusa que deu a notícia: José Luís Borges Coelho, natural de Murça e representante do Estado na Casa da Música do Porto, preveniu a ministra da Cultura, dia 9 do corrente, de que se demitiria do cargo, caso nada fosse feito pela tutela, quanto ao "desacordo solitário com o modo como tem vindo a ser conduzido o processo dos chamados 'precários' da Casa da Música". Como a ministra nada tivesse dito a este representante do Estado, na Administração da Casa da Música, o JN de 19 do corrente notícia na sua última página a saída do cargo, criticando a própria Administração de que fazia parte. Essa decisão foi apresentada ao Presidente da Fundação, Luís Valente de Oliveira. Como até dia 18, a tutela não deu qualquer explicação, Borges Coelho, à boa maneira Transmontana, renunciou ao cargo.

Diga-se que a Casa da Música do Porto foi um fiasco, como havia sido a Expo/98, como fiasco foi a CEC /2012, em Guimarães. Espero que não sejam as futuras. Ainda hoje andam por aí dejetos da primeira, como a Casa da Música do Porto que foi lançada em 2001, como último reduto, com alguma visibilidade, mas muita frustração, muitos desvios, alguns heróis de cera e não poucas desilusões. Dos 33 milhões iniciais, saltou-se para os 111 milhões. Gastou-se tanto nesse elefante branco como recebeu Guimarães pela CEC/ 2012: 111 milhões. Se as duas primeiras fantochadas foram verdadeiros abismos para os fundos nacionais e estrangeiros, a terceira que deveria «ser de vez», para nunca mais, ainda hoje, andam, por aí, mandões certificados, que deveriam fazer companhia a Ricardo Salgado, a Joe Berardo, a José Sócrates, a Oliveira e Costa, a Arlindo de Carvalho, a Duarte Lima, Armando Vara. Etc etc. Ainda hoje escreve semanalmente no JN, Cristina Azevedo que foi «saneada» do cargo de Presidente do Conselho de Administração da CEC, para encaixar nesse trono, José Serra, um docente, que deixou um rasto de património público, a apodrecer, na via pública, como foi a viatura que usou e que o JN denunciou em várias edições. Tudo em vão e à vista desarmada. Ninguém tugiu nem mugiu!
Penso que já todo esse forrobodó prescreveu. Mesmo assim a Sandra Felgueiras, a Ana Leal e outros jornalistas destemidos, sabem quem foram estes e outros co-responsáveis, sabem onde estão e há tanta gente que está viva que pode dar a cara como, testemunhas vivas.
Prezo-me de ter sido condiscípulo do maestro José Luís Borges Coelho durante meia dúzia de anos, no seminário de Vila Real. Irmão do Historiador António Borges Coelho, foi um aluno distinto que brilhou em tudo o que fez.
São referências insuspeitas. Deixo aqui um abraço de solidariedade a este talento que ainda trabalha aos oitenta anos.

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