BARROSO da FONTE |
Foi a Lusa que deu a notícia: José Luís
Borges Coelho, natural de Murça e representante do Estado na Casa da Música do
Porto, preveniu a ministra da Cultura, dia 9 do corrente, de que se demitiria
do cargo, caso nada fosse feito pela tutela, quanto ao "desacordo
solitário com o modo como tem vindo a ser conduzido o processo dos chamados
'precários' da Casa da Música". Como
a ministra nada tivesse dito a este representante do Estado, na Administração
da Casa da Música, o JN de 19 do corrente notícia na sua última página a saída
do cargo, criticando a própria Administração de que fazia parte. Essa decisão
foi apresentada ao Presidente da Fundação, Luís Valente de Oliveira. Como até
dia 18, a tutela não deu qualquer explicação, Borges Coelho, à boa maneira
Transmontana, renunciou ao cargo.
Diga-se que a Casa da Música do Porto foi um fiasco, como havia
sido a Expo/98, como fiasco foi a CEC /2012, em Guimarães. Espero que não sejam
as futuras. Ainda hoje andam por aí dejetos da primeira, como a Casa da Música
do Porto que foi lançada em 2001, como último reduto, com alguma visibilidade,
mas muita frustração, muitos desvios, alguns heróis de cera e não poucas
desilusões. Dos 33 milhões iniciais, saltou-se para os 111 milhões. Gastou-se
tanto nesse elefante branco como recebeu Guimarães pela CEC/ 2012: 111 milhões.
Se as duas primeiras fantochadas foram verdadeiros abismos para os fundos
nacionais e estrangeiros, a terceira que deveria «ser de vez», para nunca
mais, ainda hoje, andam, por aí, mandões certificados, que deveriam fazer
companhia a Ricardo Salgado, a Joe Berardo, a José Sócrates, a Oliveira e
Costa, a Arlindo de Carvalho, a Duarte Lima, Armando Vara. Etc etc. Ainda hoje
escreve semanalmente no JN, Cristina Azevedo que foi «saneada» do cargo de
Presidente do Conselho de Administração da CEC, para encaixar nesse trono, José
Serra, um docente, que deixou um rasto de património público, a apodrecer, na
via pública, como foi a viatura que usou e que o JN denunciou em várias
edições. Tudo em vão e à vista desarmada. Ninguém tugiu nem mugiu!
Penso que já todo esse forrobodó prescreveu. Mesmo assim a
Sandra Felgueiras, a Ana Leal e outros jornalistas destemidos, sabem quem foram
estes e outros co-responsáveis, sabem onde estão e há tanta gente que está viva
que pode dar a cara como, testemunhas vivas.
Prezo-me de ter sido condiscípulo do maestro José Luís Borges
Coelho durante meia dúzia de anos, no seminário de Vila Real. Irmão do
Historiador António Borges Coelho, foi um aluno distinto que brilhou em tudo o
que fez.
São referências insuspeitas. Deixo aqui um abraço de
solidariedade a este talento que ainda trabalha aos oitenta anos.
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