terça-feira, 16 de junho de 2020

Florence Nightingale a «Mãe» da Enfermagem mundial

4 ensinamentos de Florence Nigthingale para o enfermeiro moderno

JORGE LAGE
A História da Enfermagem mundial remonta ao séc. XIX, à guerra da Crimeia, opôs o Reino Unido ao Império Russo. Para minorar o sofrimento de muitos feridos em combate ingleses, a Florence Nightingale, melhorou os cuidados de higiene e limpeza, tratando os feridos de guerra e evitando que muitos morressem por infecções ou falta de cuidados. Hoje, com a pandemia os ingleses têm-na como patrona. Não escolheram muitos dos seus bons médicos ou cientistas, mas a «Mãe da Enfermagem Mundial». Muitos dos meus amigos sabem que a minha mulher é Enfermeira e Professora de Enfermagem, terminando a sua carreira como Presidente da Escola de Enfermagem, da Universidade do Minho. Vou fazer aqui um parênteses informando os leitores que ela não sabe deste meu texto. Texto tão necessário quanto alguns doutos e iluminados lusos pelo seu penumbroso umbigo pensa que o trabalho dos enfermeiros é só dar injecções, limpar cus a acamados e despejar as arrastadeiras, conotando-a com generosas mulheres de limpeza das estruturas da saúde. 
Abordei-a e advertiu-me logo, que eu não sei nada de Enfermagem e que nem pensasse em escrever sobre este tema. Aliás, as Enfermeiras estão para a saúde dos portugueses como a Santa Bárbara está para as trovoadas. Só se invoca o auxílio da Santa Bárbara, protectora contra as trovoadas, quando trovoa. Também só se refere a medo ou com algum fariseísmo o trabalho abnegado dos profissionais de Enfermagem quando uma calamidade ou doença grave nos bate à porta, como acontece com esta pandemia chinesa. A Enfermagem Portuguesa deve muito a um grupo de Enfermeiros do norte (Porto), nas décadas de oitenta e noventa do século passado, se licenciaram (um escândalo… licenciados eram os médicos!...), tiraram mestrados em universidades e, por fim, doutoramentos e pós doutoramentos. Houve um movimento de alguns médicos e burocratas da saúde para travar a formação dos licenciados em universidades. A Faculdade de Filosofia de Braga, da Univ. Católica nos anos noventa abriu a licenciatura em Enfermagem, assumindo a minha mulher a área específica de Enfermagem. A partir daqui as universidades portuguesas passaram a abrir a porta do saber formal superior aos enfermeiros. Hoje os Enfermeiros não querem palmas mas uma carreira profissional justa e que teve algum confronto e manipulação da opinião pública pelo governo socialista ou costista. E a burocrata mor da saúde a apelidar de «irresponsáveis» e «criminosos» os Enfermeiros, só porque lutavam por melhores condições nas estruturas da saúde e laborais. Foi um repugnante episódio. Com a pandemia a causar pânico entre a nossa sociedade, volta-se a olhar para os Enfermeiros, que estão na linha da frente e em permanência as 24 horas, mas para abafar o seu trabalho nota-se algum amordaçar do seu trabalho com expressões como, «médicos e outros profissionais da saúde», em vez de «médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde». Foi preciso que o Primeiro-Ministro Britânico, Boris Johnson, viesse a destacar dois Enfermeiros (um português), que o ajudaram 24 horas, sobre 24 horas a recuperar do vírus chinês. Mais, em tempo de pandemia, o Reino Unido criou vários hospitais de «combate» com o nome da Mãe da Enfermagem mundial, Florence Nightingale. Cá era impensável. O Presidente da República felicitou-o, mas alguém se lembra do que disse o chefe do governo e a chefe da saúde?

Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com –24ABR2020

Provérbios ou ditos de Maio:
      Andam os castanheiros ao boi!...
      Em Abril queimou a velha, o carro e o carril; e uma camba que ficou, em Maio a queimou.
      Diz o roto ao nu: «Porque não te vestes tu?»
Jorge Lage – jorge.j.lage@gmail.com – 24ABR2020


1 comentário:

  1. É verdade que Florence Nightingale é o símbolo da Enfermagem,portanto,é justo que o seu nome figure nos hospitais de combate.É verdade que os enfermeiros foram considerados (e ainda são)profissionais de segunda, mas é verdade que há enfermeiros que valem muito mais do que certos médicos.A luta deles não é fácil; é difícil aceder aos patamares superiores, sem causar ruído.A verdade é que há mais enfermeiros infetados que médicos. Porquê? Quem cuida primeiro? Portanto,o agradecimento de Boris Johnson foi justo e comoveu-me.

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